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cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR

N.º 8

JUNHO 2017

78

atenção particular: para cerca de 30% dos habitats

naturais e para 20% das espécies o estado de con-

servação avaliado como “desfavorável” apresenta

uma tendência para se deteriorar. A insuficiência de

informação ecológica não permitiu retirar conclu-

sões para uma parte significativa de tendências do

estado de conservação que, no caso das espécies, é

superior a 50% das avaliações efetuadas.

Nas avaliações realizadas à avifauna para a elabo-

ração do Relatório Nacional de Aplicação da Dire-

tiva Aves para o período 2008-2012, num total de 257

espécies avaliadas para o Continente, não foi pos-

sível estimar a dimensão da população para treze

espécies e da distribuição para três espécies. Para

os Açores, das 34 espécies relatadas não foi possí-

vel estimar a dimensão da população e a distribui-

ção para sete e duas espécies, respetivamente. Para

a Madeira, foi possível obter estes dois parâmetros

para a totalidade das 42 espécies que nidificam regu-

larmente nessa região.

De referir que no âmbito da Diretiva Aves não é ava-

liado o “estado de conservação” das espécies, sendo

para o efeito estimadas as tendências da dimensão

da população (Figuras 4, 5 e 6), separadamente para

espécies nidificantes e invernantes, e do

range

(área

que engloba todos os locais de ocorrência conhecida

da espécie) das nidificantes (Figuras 7, 8 e 9). Para

avaliar os progressos realizados desde a entrada

em vigor da Diretiva Aves, foram considerados dois

períodos para estimação daquelas tendências: a

curto prazo (últimos doze anos), avaliando a evolu-

ção recente e a longo prazo (desde ca. 1980). Cinco

categorias de tendência foram consideradas: estável,

flutuante

6

, crescente, decrescente e desconhecido.

6

A tendência flutuante aplica-se a um nível médio da

população inalterado a longo prazo, mas caraterizado por

grandes variações interanuais em abundância, por vezes,

de uma ou duas ordens de magnitude.

Figura 3:

Tendência do estado de conservação de habitats

naturais e espécies da flora e da fauna com avaliações

“desfavoráveis”: U(+) = desfavorável (inadequado

e mau) a melhorar, U(=) = desfavorável estável,

U(-) = desfavorável a deteriorar, U(x) = desfavorável com

tendência desconhecida

Fonte:

ICNF, 2013. Relatório Nacional de Aplicação da Diretiva Habitats – 2007/2012

Continente

Populações nidificantes

(longo prazo)

Populações nidificantes

(curto prazo)

Populações invernantes

(longo prazo)

Populações invernantes

(curto prazo)

0%

Decréscimo

7

32

40

15

20%

Estável

4 44

22

40%

Flutuante

131

5

14

12

19

10

60%

80%

100%

Crescente

Desconhecido

Figura 4:

Tendência das populações de aves em Portugal

– Continente

Fonte:

ICNF, 2014. Relatório Nacional do Art. 12º da Diretiva Aves – 2008/2012

Figura 5:

Tendência das populações de aves em Portugal

– Açores

Açores

Populações nidificantes

(longo prazo)

3

Populações nidificantes

(curto prazo)

0%

Decréscimo

3

3

3

3

20%

Estável

28

24

40%

60%

80%

100%

Flutuante

Crescente

Desconhecido

Fonte:

ICNF, 2014. Relatório Nacional do Art. 12º da Diretiva Aves – 2008/2012

Figura 6:

Tendência das populações de aves em Portugal

– Madeira

Madeira

Populações nidificantes

(longo prazo)

Populações nidificantes

(curto prazo)

0%

20%

17

8

Decréscimo

Estável

12

10

2

10

14

40%

60%

80%

100%

Flutuante

Crescente

Desconhecido

Fonte:

ICNF, 2014. Relatório Nacional do Art. 12º da Diretiva Aves – 2008/2012

Continente

Range espécies nidificantes

(longo prazo)

Range espécies nidificantes

(curto prazo)

113

153

38

29

12

26

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Decréscimo

Estável

Flutuante

Crescente

Desconhecido

Figura 7:

Tendência do range das aves nidificantes em

Portugal – Continente

Fonte:

ICNF, 2014. Relatório Nacional do Art. 12º da Diretiva Aves – 2008/2012