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O estado da biodiversidade em Portugal

81

13). Na Madeira, os processos bióti-

cos e abióticos são a pressão/ameaça

mais sentida pelas aves nidificantes

(Figura 14).

Realça-se ainda a necessidade de

serem tidas em conta as alterações cli-

máticas, cujos riscos e eventuais efei-

tos começarama fazer parte da agenda

política nacional desde a seca de 2005.

No âmbito da Estratégia Nacional para

a Adaptação às Alterações Climáticas,

foi definida para o setor da biodiver-

sidade uma abordagem preventiva e

precaucionária, essencialmente com

base numa intervenção ao nível da resi-

liência dos ecossistemas e das espécies mais vulne-

ráveis.

O estatuto de ameaça das espécies selva-

gens

Foram publicados em Portugal vários Livros Ver-

melhos sobre a fauna de vertebrados. Em 1993 foi

publicado um volume do Livro Vermelho dos Ver-

tebrados dedicado aos peixes marinhos e estuari-

nos do território continental

7

. Para os restantes ver-

tebrados, mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes

dulciaquícolas e migradores, as avaliações do risco

de extinção, com consequente atribuição do esta-

tuto de ameaça às várias espécies, feitas em 1990

8

e

1991

9

, foram atualizadas em 2005, sob coordenação

7

Vários, 1993. Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.

Vol. III – Peixes Marinhos e Estuarinos. III Instituto de Con-

servação da Natureza, Lisboa. 146 pp.

8

Vários, 1990. Livro Vermelho dos Vertebrados de Portu-

gal. Mamíferos, Aves, Répteis e Anfíbios. I Serviço Nacio-

nal de Parques, Reservas e Conservação da Natureza, Lis-

boa. 219 pp.

9

Vários 1991. Livro Vermelho dos Vertebrados de Portu-

gal. Peixes Dulciaquícolas e Migradores. II Serviço Nacio-

nal de Parques, Reservas e Conservação da Natureza, Lis-

boa. 55 pp.

do ICNF, seguindo os critérios emvigor daUnião Inter-

nacional para a Conservação da Natureza (IUCN)

10

.

No âmbito desta revisão refira-se que, no conjunto

do Continente e dos arquipélagos dos Açores e da

Madeira, foram realizadas 553 avaliações, sendo 257

(46%) classificadas como “Pouco Preocupante LC” e

66 (12%) como “Informação Insuficiente DD”, corres-

pondendo neste caso a entidades cuja informação

disponível é insuficiente para a sua classificação. Os

restantes 42% distribuem-se pelas três categorias de

ameaça “Criticamente em Perigo CR”, “Em Perigo EN”

e “Vulnerável VU” e também pelas categorias “Quase

Ameaçado NT” “Regionalmente Extinto RE” (Figuras

15 e 16).

Foram avaliadas como regionalmente extintas 19

espécies, nomeadamente o esturjão, o urso-pardo e

17 espécies de aves. Os resultados mostraram que

o grupo mais ameaçado é o dos peixes dulciaquí-

colas e migradores, nomeadamente em consequên-

cia dos cursos de água serem um dos habitats mais

intervencionados, através da imposição de barreiras

à circulação, modificação das margens e alteração

das características físico-químicas e biológicas da

10

Cabral, M. J., J. Almeida, P. Almeida, T. Dellinger, N. F.

Almeida, M. E. Oliveira, J. M. Palmeirim, A. L. Queiroz, L.

Rogado, & M. Santos Reis (eds.). 2005. Livro Vermelho

dos Vertebrados de Portugal. Instituto de Conservação

da Natureza, Lisboa.

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Peixes

Anffbios (n=16) Repteis (n=28)

Aves (n=288)

dulciaqufcolas e

migradores

(n

=

35)

Continente

Mamfferos

(n=74)

DD

LC

NT

vu

EN

a

CR

• RE

Figura 15:

Percentagem de taxa por categoria de ameaça, em cada grupo

avaliado, no Continente

Entre parêntesis é apresentado o número de avaliações efetuadas

Fonte:

ICN, 2005. Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal)