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cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR

N.º 8

JUNHO 2017

62

que vigorou entre 2007 e 2014. No entanto, durante

este período foram concedidos apoios específicos

anuais, no âmbito do artigo 68º do Regulamento

(CE) n.º 73/2009, a alguns destes sistemas, nomea-

damente, às áreas de olival tradicional e de pasta-

gens extensivas, como os lameiros e pastagens em

sob-coberto de montado.

Este tipo de apoios continuará no futuro a ser neces-

sário para permitir a rentabilidade económica des-

tas explorações e, consequentemente, a continui-

dade destes ecossistemas.

Tendo em conta a importância que a superfície agrí-

cola abrangida por este tipo de sistemas tem em

Portugal Continental, deveria proceder-se à carac-

terização detalhada dos serviços prestados por

esses ecossistemas e sua valorização, de modo a

tornar mais expedita e rigorosa a implementação

dos respetivos apoios agroambientais em futuros

programas de desenvolvimento rural.

Promoção da conservação e incremento da

biodiversidade nas explorações agrícolas

Para que no futuro seja possível à generalidade

dos agricultores, enquanto prestadores de servi-

ços ambientais, atingirem metas mais ambiciosas

e exigentes do ponto de vista da biodiversidade, é

necessário garantir que os compromissos a assumir

pelos agricultores sejam o mais ajustados possível

à realidade concreta das suas explorações.

De facto, a experiência adquirida no projeto «Boas

práticas agrícolas para a biodiversidade», permitiu

constatar que cada exploração tem necessidades

e potencialidades diferentes em termos de biodi-

versidade e, como tal, as medidas a implementar

quando se pretende a conservação ou o incre-

mento da biodiversidade nas explorações agrícolas

variam muito de caso para caso.

Para além disso, muitas destas ações promoto-

ras da biodiversidade implicam muitas vezes um

investimento inicial para instalação ou construção

de determinadas infraestruturas, pelo que, nestes

casos, o apoio a este tipo de medidas deveria com-

binar o pagamento de um investimento não produ-

tivo, com uma ajuda agroambiental para manter, e

integrar na gestão da exploração agrícola, a existên-

cia dessas instalações.

Foi este modelo inovador, mais flexível e ajustável

à realidade das explorações agrícolas, que a CAP

propôs à Administração para que fosse adotado no

Programa de Desenvolvimento Rural atualmente

vigor.

No documento então apresentado pela CAP, cons-

tava um menu de medidas promotoras da biodi-

versidade, de entre as quais o agricultor poderia

selecionar aquelas que mais se ajustassem à sua

exploração, nomeadamente:

Criação/conservação de nichos ecológicos atra-

vés do empilhamento de pedras e/ou lenha

Colocação/manutenção de bebedouros para a

fauna bravia

Instalação/ manutenção de ninhos

Colocação/manutenção de colmeias

Instalação/manutenção/gestão de sebes

Manutenção dos muros de pedra tradicionais

Instalação/conservação de charcas de pequena

dimensão com paredes revestidas com vegetação

Fotografia:

Domingos Leitão (SPEA)