Agricultura e Biodiversidade
57
•
38% das 72 espécies alvo de plantas dependem
destes sistemas extensivos,
•
21% dos 91 habitats naturais alvo dependem des-
tes sistemas extensivos de uso do solo.
No entanto, a riqueza dos agroecossistemas nacio-
nais não se esgota nas áreas incluídas na Rede
Natura 2000. A Agência Europeia do Ambiente
(2009), baseando-se no conceito de
High Nature
Value Farmland
, estimou que 58% da SAU em
Portugal apresenta elevado interesse de conser-
vação.
A biodiversidade nas explorações agríco-
las nacionais
Para completar a análise sobre a relação entre a
atividade agrícola e a biodiversidade, nas áreas
economicamente mais produtivas, em 2010, a CAP
decidiu promover o projeto “Boas práticas agrí-
colas para a biodiversidade”, em parceria com a
LPN, SPEA e DGADR, cujo objetivo era aumentar
o conhecimento prático para a realidade portu-
guesa e testar as melhores formas de aplicar no ter-
reno medidas que promovessem a biodiversidade
nas explorações agrícolas nacionais (CAP
et al
.,
2013).
Este projeto desenvolveu-se ao longo de dois anos
e pretendeu englobar as fileiras economicamente
mais importantes da agricultura nacional.
Dada a enorme diversidade de explorações agríco-
las distribuídas por todo o território do Continente,
Fotografia:
Domingos Leitão (SPEA)
Exploração
Concelho
Área (ha)
NUTSIII
Citrinos (Laranja)
Silves
17
Algarve
Ovinos (Pastagens extensivas)
Mértola
303
Baixo Alentejo
Bovinos (Pastagens extensivas)
Évora
1.963
Alentejo Central
Tomate (para indústria)
Campo Maior
123
Alto Alentejo
Olival (intensivo)
Monforte
143
Vinha
Palmela
41
Península de Setúbal
Milho (para grão)
Golegã
192
Lezíria do Tejo
Pêra Rocha
Cadaval
77
Oeste
Horticultura de ar livre
1
Peniche
16
Arroz
Montemor-o-Velho
32
Baixo Mondego
Milho (para silagem)
Albergaria-a-Velha
8
Baixo Vouga
Cereja
Fundão
11
Cova da Beira
Vinha do Douro em socalcos c/ rega
Vila Flor
27
Douro
Vinha do Douro em socalcos s/ rega
Torre Moncorvo
10
Castanheiros
T. Moncorvo
14
Olival (tradicional em socalcos)
Torre Moncorvo
45
Alto Trás-os-Montes
1
Na segunda fase do projeto, não foi possível prosseguir com o acompanhamento da exploração de horticultura, uma vez
que o agricultor deixou de explorar as parcelas que estavam a ser alvo de estudo, pelo que não se apresentam resultados
relativos a esta exploração.