29/10/2024
O tema do “Sequeiro” analisado na edição mais recente da publicação CULTIVAR - Cadernos de Análise e Prospetiva, constituiu a base de reflexão para a sessão de debate que decorreu a 28 de outubro no Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), em Lisboa.
O Diretor-Geral do GPP, Eduardo Diniz, fez a abertura da sessão, que contou com a participação de João Madeira (Eng.º Agrónomo e Agricultor), José Pedro Fragoso de Almeida (Professor Coordenador do ESA/IPCB e Agricultor), Paulo Canaveira (Investigador em alterações climáticas) e Rui Pereira (Diretor de Serviços de Estatística no GPP). A moderação do painel foi assegurada por José Calado (Diretor Regional do ICNF no Alentejo).
Durante o debate foi realçado o papel da agricultura de sequeiro na gestão do território e da biodiversidade. Considerando que a maior parte da superfície dedicada a este método de cultivo (mais de 70%) corresponde a culturas extensivas para alimentação dos animais na exploração agrícola, foi salientada a necessidade de se abordar as pastagens de forma mais abrangente, priorizando uma gestão mais eficiente dos recursos. Em particular, a melhoria e conservação do solo em simultâneo com a adoção de práticas inovadoras que favoreçam o reequilíbrio face a diferentes cenários climáticos. Foi também mencionada a autonomia do agricultor enquanto agente económico e a intervenção estrutural em torno dos recursos hídricos, estando em causa o impacto permanente das alterações climáticas.
As políticas públicas foram identificadas como sendo um dos elementos-chave para robustecer as condições competitivas da agricultura de sequeiro, considerando nomeadamente: integrar um conjunto alargado de soluções adaptáveis às especificidades de cada região, reduzir a dependência de fatores de produção externos, agilizar o pagamento dos apoios concedidos, explorar os mercados de carbono como uma oportunidade para aumentar a sustentabilidade do sequeiro, recorrer à biotecnologia enquanto ferramenta útil na gestão da utilização de recursos naturais, diversificar as culturas de sequeiro apostando mais em culturas tradicionais antigas e investir mais na multifuncionalidade e complementaridade do sequeiro enquanto suporte à biodiversidade.
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Fotografia: GPP
