O GPP promoveu a apresentação da sua publicação CULTIVAR nº 6, numa sessão pública com debate centrado no tema "Comércio Internacional".
6 janeiro, 10h, Salão do Marquês / GPP / Praça do Comércio, Lisboa
Foi apresentada nas instalações do GPP esta sexta-feira, 6 janeiro, a sexta edição da CULTIVAR dedicada ao tema do “Comércio Internacional”. Esta publicação de cadernos de análise e prospetiva com responsabilidade editorial do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral, contou com a participação de diversas entidades.
O Diretor-Geral do GPP, Eduardo Diniz, iniciou a sessão efetuando um enquadramento geral da publicação, seguindo-se uma intervenção sobre “A Política Comercial Comum da União Europeia”, efetuada por Mafalda Gaspar, do GPP. Partindo da arquitetura do sistema do comércio internacional, foram desenvolvidos os temas da agricultura na OMC, dos Acordos Regionais (designadamente a estratégia de acesso aos mercados), do posicionamento de Portugal face ao comércio internacional (aumento das exportações portuguesas) e das perspetivas para o comércio internacional, com identificação de possíveis cenários.
A reflexão centrada na questão “Que modelo de comércio internacional para a agricultura e alimentação?” foi dinamizada pelo painel de oradores convidados:
Clara Moura Guedes, Administradora da Casa Agrícola Monte Pasto (Produção de Bovinos no Alentejo) focou a sua intervenção na internacionalização e na importância da preparação das empresas para vender no exterior. Partindo da experiência empresarial, salientou alguns aspetos, nomeadamente: a necessidade de procura de oportunidades e mercados menos convencionais; ter capacidade de resposta em termos de dimensão; apostar em recursos humanos qualificados; ser tecnologicamente competitivo; estar suportado por bons sistemas de informação; promover uma cultura empresarial aberta e flexível assente numa filosofia de gestão que aposte na transparência, rigor e profissionalismo; beneficiar da conjugação favorável do esforço das empresas e das entidades públicas, sublinhando neste âmbito, o importante papel do GPP.
João Pacheco, da Farm Europe destacou na sua intervenção a evolução do modelo do Comércio Internacional e da sua progressiva liberalização. Apesar da sua abordagem pouco otimista (no que respeita às negociações entre a UE e os EUA), considerou que o modelo atual é válido pois cria riqueza e gera um aumento das trocas comerciais e emprego. Essa dinâmica pode continuar ainda que com dificuldades, dado que os setores abertos a maior concorrência tendem a ser mais penalizados. Quanto ao futuro da Política Agrícola Comum (PAC) afirmou a necessidade de maior investimento para tornar a agricultura mais competitiva, mais resiliente para absorver os eventuais choques e mais sustentável e sobretudo com maior capacidade para responder à volatilidade dos preços.
O debate conduzido por Manuel Carvalho, do Jornal Público, encerrou a sessão, contando com a participação dos oradores e da plateia. Destacam-se os seguintes tópicos: opções para a política comercial e futuro da política agrícola face aos desenvolvimentos atuais na agenda europeia e internacional; continuação da aposta no “ADN” europeu (regras internacionais) mas também nas relações e equilíbrio de forças; apoio ao investimento e sistemas de seguro para atingir maior competitividade e menor enfoque na distribuição de ajudas sem objetivos claros; reforçar a agricultura de forma a criar mais riqueza, maior solidez e competitividade, respeitando e protegendo o ambiente. Foi ainda abordada a possibilidade de replicar a experiência de internacionalização da Monte Pasto para outros setores.
Para além dos artigos e análises relativos ao comércio internacional e desenvolvimento da política comercial, a publicação integra ainda uma análise sobre a extensão da plataforma continental portuguesa e fichas de leitura sobre diversos temas como a Agenda de Desenvolvimento Sustentável 2030, estatísticas da OMC, acompanhamento e avaliação de políticas agrícolas e Quadro Financeiro Plurianual.
O GPP prossegue assim, o objetivo de criar um espaço de debate sobre a evolução das políticas públicas no âmbito da Agricultura, Florestas, Desenvolvimento Rural e do Mar.