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cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR

N.º 9

SETEMBRO 2017

70

Notas metodológicas

Metodologia

O campo de observação da BAP integra todos os produtos da agricultura, pescas e indústria alimentar, cuja principal apti-

dão seja a alimentação humana, sistematizados na Classificação para efeitos de Balança Alimentar Portuguesa (Produtos

da balança alimentar portuguesa, Bebidas da balança alimentar portuguesa).

Em que:

R

h

= ∑

k

h

=1

[

Prod

h

+

I

h

E

h

]

Prod = Produção alimentar utilizável

E = Exportações

R = Recursos alimentares disponíveis

I = Importações

Para o cálculo dos consumos de cada um dos grupos de produtos alimentares e bebidas estabelecem-se equilíbrios entre

recursos e empregos a nível tão desagregado quanto a informação disponível o permite. Do lado da utilização, as disponi-

bilidades são desagregadas entre perdas (inclui perdas na produção, transporte, armazenamento, processamento e emba-

lamento), consumo humano bruto, alimentação animal (consumos de matérias-primas na produção de alimentos para

animais), utilização industrial (quantidades de produtos que são utilizados como matérias-primas para a produção de pro-

dutos não alimentares, incluindo bebidas) e sementeira/incubação (quantidades de produto primário do ano

n

destinado

à sementeira da campanha agrícola do ano

n

+1 e ao número de ovos destinados à incubação no ano

n

+1).

Em que:

C

h

= ∑

k

h

=1

R

h

+

Ve

h

(

Pd

h

+ Ut

h

+ A

h

+ S

h

+ Inc

h

)]

C = Consumo Humano Bruto

Ve = Variações de Existências

Ut = Utilização Industrial

A = Alimentação animal

Pd = Perdas

Inc = Incubação

A oferta

per capita

de cada alimento disponível para consumo humano é então obtida dividindo a respetiva quantidade

pela população residente em território nacional. A partir da tabela de composição dos alimentos, aplicando os coeficien-

tes de conversão da porção edível para cada produto, obtém-se a Capitação Edível anual que, de forma expedita, pode

ser convertida em capitação edível diária. Uma vez qua a tabela de composição dos alimentos fornece igualmente a com-

posição dos géneros alimentícios em nutrientes e calorias, é possível calcular a capitação edível expressa em unidades de

energia e por tipo de nutrientes.

Objetivo/âmbito de utilização

Concetualmente, os balanços alimentares medem o abastecimento alimentar da população. Este resultado fica habitual-

mente aquém das expectativas dos utilizadores. De facto, a BAP mede o consumo de alimentos do ponto de vista da oferta

de alimentos, mas não dá qualquer indicação das diferenças que podem existir na dieta consumida pelos diferentes gru-

pos populacionais: grupo etário, perfil socioeconómico, nível geográfico, entre outras. Também não fornecem informações

sobre as variações sazonais no fornecimento total de alimentos.

Na ausência destes inquéritos à dieta alimentar, a BAP representa a única fonte harmonizada de informação que permite

comparações internacionais ao longo do tempo.

Conceitos

CAPITAÇÃO – Consumo médio expresso em quilogramas ou litros/habitante, durante o período de referência, tomando

para base do seu cálculo a população residente no território a meio ou no fim do ano, consoante o período de referên-

cia observado.

CAPITAÇÃO EDÍVEL – Valor que se obtém por aplicação de um coeficiente percentual sobre a capitação bruta (correspon-

dente à parte edível de um produto), que varia consoante o produto alimentar ou bebida e é definido segundo a Tabela

de Composição de Alimentos Portugueses.

CONSUMO HUMANO – Emprego que corresponde às quantidades de produtos consumidos pela população residente, quer

sob a forma de produto primário, consumido nesse estado, quer sob a forma de produto industrializado, convertido a pri-

mário, durante o período de referência.