A Balança Alimentar Portuguesa 2012-2016
65
Com uma produção média de cereais de 1,3
milhões de toneladas no quinquénio 2012-2016
e um volume de importação mais de três vezes
superior (4,1 milhões de toneladas), a redução da
oferta de cereais em 2012 justificou-se pelo decrés-
cimo do volume importado em 8,2% e só não foi
superior devido ao aumento, nesse ano, da pro-
dução de cereais em 14,5%. As disponibilidades
de cereais para consumo foram maioritariamente
de trigo (69,4% em média para o período 2012-
2016). A oferta para consumo deste cereal decres-
ceu 6,5% em 2013, aumentando 2,1% entre 2013
e 2016. Ainda assim, o consumo aparente de trigo
em 2016 (234,8 g/hab/dia) ficou abaixo do regis-
tado em 2012 (246,0 g/hab/dia). As disponibilida-
des diárias
per capita
de arroz branqueado foram
de 58,3 g/hab/dia, equivalente a 21,3 kg/hab/ano.
Raízes e tubérculos
Consumo aparente de batata aumentou 3,7kg/
hab, face ao período 2008/2011, atingindo 79,2 kg
Em 2016, as quantidades disponíveis para consumo
de batata atingiram 221,6 g/hab/dia (80,9 kg/hab/
ano; em média 217,1 g/hab/dia entre 2012 e 2016).
As disponibilidades de raízes e tubérculos tinham
decrescido 6,1% no período 2008-2011, reforçando
a tendência das últimas décadas. Para este resul-
tado, terão contribuído os decréscimos sucessivos
e contínuos da produção de batata nacional, uma
vez que este tubérculo representa a quase totali-
dade deste grupo de produtos (98,9% em 2011).
No quinquénio em análise (2012-2016), as quan-
tidades disponíveis de batata aumentaram 7,4%,
embora com maior expressão entre 2012 e 2014
(6,8%), o que face à média do período 2008-2011
se traduziu num aumento total de 3,7 kg de batata/
hab/ano.
Hortícolas
As disponibilidades diárias de hortícolas totaliza-
ram 295,9 g/hab em 2016 (108,0 kg/hab/ano; em
média, 288,2 g/hab/dia no período 2012-2016).
Entre 2012 e 2014 aumentaram 12,0%, seguindo-
-se um decréscimo de 3,8% devido à redução de
2,3% na produção nacional de hortícolas (não
incluindo tomate). Em 2016, as disponibilidades
recuperaram ligeiramente 2,4%. Relativamente às
disponibilidades médias diárias do período 2008-
2011, verificou-se um aumento em termos médios
de 36,3 g/hab/dia.
Frutos
Produção nacional de frutos cobriu, no quinqué-
nio 2012-2016, 73,1% da oferta total
As quantidades diárias disponíveis de frutos fres-
cos por habitante aumentaram 11,2% entre 2012
e 2016, ascendendo a 224,6 g/hab/dia (82,0 kg de
fruta fresca/hab) em 2016 (216,0 g/hab/dia, em
média, entre 2012 e 2016). Este resultado supe-
rou, ainda que ligeiramente, as disponibilidades
médias apuradas no período 2008-2011 (224,3 g/
hab/dia). Neste período, a produção nacional de
frutos cobriu emmédia 73,1% das quantidades dis-
poníveis.
A maçã continuou a ser o fruto com maiores quan-
tidades disponíveis para consumo, cerca de 30,1%
da quantidade total de frutos frescos disponíveis,
em média, em 2012-2016, totalizando 67,1 g/hab/
dia em 2016 (24,5 kg/hab/ano). A laranja, com
19,5%, em média, do total das quantidades dis-
poníveis de frutos frescos para consumo em 2012-
2016, surgiu em segundo lugar com quantidades
disponíveis para consumo de 44,1 g/hab/dia (16,1
kg/hab/ano) em 2016. A laranja e o pêssego foram
os únicos frutos que apresentaram um aumento
sustentado do consumo aparente entre 2012 e
2016, respetivamente +16,3% e +19,6%, apesar de
o pêssego ter uma menor importância na estru-
tura das disponibilidades de frutos frescos (7,4%,
em média, entre 2012 e 2016).
De realçar ainda o decréscimo das disponibilida-
des de pera em 2015 e 2016, devido a duas cam-