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Solo, cozinha e mesa: cinco “receitas” para quatro

questões

Gabinete de Planeamento, Politicas e Administração-Geral (GPP)

Para além do debate técnico e conceptual sobre

a importância de uma relação mais estreita entre

a agricultura (ou mar), a produção de alimentos,

a cozinha e a gastronomia, pareceu-nos essencial

ter o relato de experiências mais concretas desta

“cadeia de valor(es)”, particularmente ao nível da

restauração. Com efeito, é no extremo desta cadeia

que se materializa a oferta das iguarias (entendida

como cozinha confecionada com esmero) e que é

possível verificar a exequibilidade da gastronomia

enquanto fator de diferenciação e desenvolvimento

de toda a cadeia.

Assim, partindo de quatro questões que nos inte-

ressavam no âmbito desta temática, decidimos

contactar diretamente os agentes no terreno. Abar-

caram-se experiências desde os elementos mais

criativos, com uma vertente artística muito acen-

tuada sem contudo deixarem de ter uma vida

empresarial intensa, até à vertente mais pragmá-

tica mas também inovadora de uma ligação muito

estreita à produção.

Tendo em conta a multiplicidade e excelência da

oferta e as restrições de espaço, acabámos por esco-

lher cinco visões: José Avillez, um dos mais concei-

tuados cozinheiros portugueses; Bertílio Gomes, que

se destaca pelo seu trabalho com produtos genuina-

mente portugueses e sazonais; Kevin Gould, um jor-

nalista britânico que trabalha para o

The Guardian

,

viajando e escrevendo sobre as cozinhas do mundo,

e que escolheu fixar-se em Portugal; João Pereira,

com diversos projetos ligados à valorização da agri-

cultura, incluindo a área da restauração; e Gonçalo

Bagulho Albino, em representação da marca Car-

nalentejana e de um projeto que faz claramente a

ponte entre agricultura e restauração.

As experiências e as abordagens são pois diver-

sas, como diversa foi a forma de recolher os depoi-

mentos: consoante a preferência dos intervenien-

tes, foram recebidos por escrito ou recolhidos ao

vivo. A diversidade não nos impediu, contudo, de

chegar a algumas conclusões (em anexo, apresen-

tamos ainda alguns dados sobre a importância da

produção agroalimentar nacional no setor do alo-

jamento e restauração).

As questões

1. Na gastronomia portuguesa, que tipo de equi-

líbrio se deve estabelecer entre ingredientes

específicos, antigas tradições e capacidade de

inovação/criatividade dos

chefs

?