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Áreas Marinhas Protegidas

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As Áreas Marinhas Protegidas

1

são um dos instru-

mentos existentes para a conservação e utiliza-

ção sustentável da biodiversidade e ecossistemas

marinhos e para mitigar várias das suas pressões

atuais, em especial, a sobrepesca ou pesca exces-

siva e a destruição dos habitats. Além da proteção

de espécies raras e ameaçadas, dos seus habitats e

de outras áreas de importância ecológica, as AMP

podem assegurar a provisão sustentável de múl-

tiplos serviços com origem nestes ecossistemas

que são fundamentais para o bem-estar humano,

incluindo a pesca, a proteção de áreas costeiras

(que servem de tampão contra tempestades e con-

tra a erosão), bem como o turismo e outras ativida-

des recreativas.

Os ecossistemas marinhos são extremamente diver-

sos tanto em tipo quanto em extensão geográfica.

Incluem oceanos, mares, pântanos, zonas entrema-

rés, estuários, lagoas, mangais, recifes de coral, mar

profundo ou fundos marinhos e cobrem cerca de

70% da superfície terrestre.

Embora a cobertura global das AMPs tenha vindo a

aumentar nas últimas duas décadas, são necessá-

rios mais esforços para alcançar as metas estabele-

cidas, que implicam a proteção de 10% das áreas

marinhas e costeiras até 2020, compromisso assu-

mido pelos países quer na Convenção das Nações

Unidas sobre a Diversidade Biológica, de 1992, quer

nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável,

assegurando a sua eficácia.

1

Embora não exista uma definição universal reconhecida

do que é uma Área Marinha Protegida, a União Inter-

nacional para a Conservação da Natureza (IUCN) defi-

ne-a como sendo um “espaço geográfico [em ambiente

marinho] claramente definido, reconhecido, dedicado

e gerido, através de meios legais ou outros meios efeti-

vos, de forma a alcançar uma conservação duradoura da

natureza com serviços associados provenientes do ecos-

sistema e valores culturais.” De acordo com esta defini-

ção, as AMP cobrem cerca de 4, 12% do total do ambiente

marinho.

2. Principais pressões sobre os ecossistemas

marinhos e boas práticas para a gestão efetiva

de AMPs

As pressões exercidas pelas atividades humanas

nos ecossistemas marinhos são já bastante seve-

ras continuando, no entanto, a aumentar as exi-

gências conflituantes de utilização de espaço e

recursos. Os custos de uma gestão oceânica defi-

ciente incluem frequentemente custos ambientais

e sociais que não são contabilizados nos processos

de decisão. Isto fragiliza a resiliência dos ecossis-

temas de que dependemos não só para alimenta-

ção e rendimento, mas também para outras fun-

ções vitais menos visíveis, tais como a proteção

costeira, aprovisionamento dos habitats ou seques-

tro de carbono

2

.

O relatório identifica 5 grandes tipos de pressões

a que os ecossistemas marinhos estão sujeitos:

sobrepesca e exploração excessiva dos

stocks

de

peixe, poluição, destruição de habitats, alterações

climáticas e proliferação de espécies invasivas, esti-

mando em cerca de 200 mil milhões de dólares por

ano o impacto económico cumulativo das práticas

deficientes de gestão oceânica.

Atendendo à vastidão, multidimensionalidade e

complexidade ecológica dos oceanos, à falta de

indicadores sistemáticos e internacionalmente

comparáveis e de bases de dados que avaliem e

registem a eficácia das AMPs, bem como as cada

vez maiores pressões que afetam os ecossistemas

marinhos, a OCDE considera que não é possível afir-

mar que as AMPs estejam a ser eficazes no cum-

primento dos seus objetivos. No entanto, há cada

vez maior evidência de que os benefícios das AMPs

são substanciais e que o custo da inação pode con-

tinuar a aumentar, se não forem tomadas novas

medidas corretivas.

2

Estima-se que os oceanos absorvam até 1/3 do dióxido

de carbono resultante de atividades humanas.