Table of Contents Table of Contents
Previous Page  9 / 124 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 9 / 124 Next Page
Page Background

Editorial

EDUARDO DINIZ

Diretor-Geral do GPP

A CULTIVAR dedica o seu número 8 à

biodiversidade

na sua relação com a agricultura, com o qual com-

pletamos uma primeira abordagem sobre os prin-

cipais recursos naturais que suportam a atividade

agrícola, a par do solo (nº 2 de novembro de 2015)

e da água (nº 5 de setembro de 2016).

A biodiversidade, como se pode comprovar nos

vários contributos da presente edição, é uma área

de estudo, e de atuação das políticas públicas, de

grande complexidade, em muito devido às dificul-

dades de parametrização ou mesmo de delimitação

conceptual. Existe, assim, uma necessidade de apro-

fundar o conhecimento nesta área. De referir ainda

que os ecossistemas podem vir a assumir um papel

importante na mitigação e na adaptação às altera-

ções climáticas, no sentido de conservar e manter

o funcionamento dos ecossistemas, em geral, e de

promover aqueles que estarão na base dos meca-

nismos de adaptação a essas alterações.

A Comissão Europeia lançou recentemente (abril de

2017) um Plano de Ação para a Natureza, a Popu-

lação e a Economia (sintetizado no primeiro artigo

da secção III) com vista a promover a implementa-

ção das Diretivas Aves e Habitats. Neste Plano, a pri-

meira prioridade remete para que se tenha que tra-

balhar no sentido de “

Melhorar as orientações e os

conhecimentos e garantir uma melhor coerência com

objetivos socioeconómicos mais abrangentes

”.

A biodiversidade é um recurso dinâmico, com

mobilidade, o que obriga a que as políticas públi-

cas tenham que ter flexibilidade na sua atuação.

A par da necessidade de um conhecimento técnico

e cientificamente consolidado, e de uma monito-

rização independente, é essencial o envolvimento

das várias partes interessadas. A experiência das

relações dos normativos que regulam ou apoiam a

proteção da biodiversidade e a atividade agrícola é

já significativa em Portugal. Dessa experiência, reti-

ra-se que é importante ter presente que existe, em

simultâneo, uma tensão (entre o regulador e o uti-

lizador) e uma oportunidade para uma parcela sig-

nificativa da agricultura portuguesa, caracterizada

por sistemas diversificados e extensivos com com-

provada associação positiva sobre a biodiversidade.

É neste contexto que, para a secção

Grandes Ten-

dências

, contámos com José Manuel Lima Santos,

do ISA, que colaborou com a equipa editorial para

identificar diferentes abordagens na relação entre

agricultura e biodiversidade, tendo sido estruturada

do seguinte modo:

i) a agricultura como utilizadora de recursos de

diversidade genética. Tema abordado no artigo

de Carlos Aguiar e Ana Carvalho, do Centro de

Investigação de Montanha (CIMO), Instituto Poli-

técnico de Bragança;