Newsletter n.º 62
Dezembro 2021


Conselho de Ministros de Agricultura e Pescas da União Europeia – 12-13 de dezembro de 2021

Os ministros da Agricultura e Pescas da UE reuniram-se em dezembro em Bruxelas, na última reunião presidida pela Eslovénia, tendo adotado as conclusões do Conselho sobre o plano de contingência da Comissão Europeia para garantir o abastecimento alimentar e a segurança alimentar em tempos de crise. O plano tem por objetivo garantir a preparação para desafios futuros, como fenómenos meteorológicos extremos, questões de fitossanidade e saúde animal e escassez dos principais fatores de produção, como fertilizantes, energia e não de obra. As conclusões destacam a necessidade de se respeitar as especificidades nacionais e regionais, designadamente das RUP, considerando a situação particular de territórios mais vulneráveis a perturbações em tempos de crise.

Teve lugar também o debate de orientação sobre a questão das práticas comerciais desleais na cadeia de abastecimento alimentar da UE, incidindo em particular nos dois instrumentos ao nível da UE para combater as práticas comerciais desleais na agricultura: a transposição da Diretiva (UE) 2019/633 sobre as práticas desleais (PCD) e as medidas estabelecidas no âmbito da PAC. Foram partilhadas as experiências nacionais e as perspetivas sobre a eficácia destes instrumentos no que se refere ao reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento, tendo sido solicitado à Comissão a reavaliação da integração de toda a cadeia de abastecimento alimentar na transição sustentável, de forma a assegurar um processo de transição mais rápido.

O Conselho foi informado sobre a iniciativa da conferência BIOEAST no âmbito da bioeconomia circular nos Estados-Membros da Europa Central e de Leste, sobre a proposta de regulamento relativo aos produtos que não contribuem para a desflorestação, tendo sido abordados ainda outros temas pelos Estados-Membros, como as dificuldades nas exportações agroalimentares para a China, o Bem-Estar animal, a situação de mercado da carne de suíno e custos de produção agrícola, para além dos planos estratégicos da PAC.

O Conselho reuniu-se para fixar os limites de captura das Pescas para 2022 – também conhecidos por total admissível de capturas (TAC) – para a maior parte das unidades populacionais comerciais de peixes, juntamente com as quotas nacionais para cada espécie. Após intensas negociações, foi alcançado o acordo político tendo sido definidas as quotas relativas à Organização de Pescas do Atlântico Noroeste (NAFO), à Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico (ICCAT) e à Noruega (exceto no arquipélago de Svalbard), tendo o Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, realçado os progressos no estado biológico de espécies emblemáticas para Portugal, que se traduziram no aumento ou estabilização das quotas de captura, tais como o carapau, o tamboril e o areeiro.
A fixação dos limites tem como objetivo assegurar a sustentabilidade das unidades populacionais de peixes e do setor das pescas da UE, bem como as dimensões ambiental, económica e social das pescas. As unidades populacionais em causa são as que a UE gere autonomamente, em conjunto com países terceiros vizinhos ou através de acordos celebrados no âmbito das organizações regionais de gestão das pescas (ORGP). A decisão do Conselho baseia-se numa proposta elaborada pela Comissão Europeia, tendo em conta os melhores pareceres científicos disponíveis, os objetivos da política comum das pescas (PCP) e o rendimento máximo sustentável (RMS) fixado para cada espécie. Ver infografia

O Conselho foi ainda informado sobre o ponto de situação das negociações sobre o Regulamento relativo ao controlo das pescas e sobre o aumento da eficácia do investimento público no âmbito do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura.

 

Dossiers
PAC | Agricultura | Apoios e Programas | Consultas 

PAC 2023-2027 – Uma política agrícola da UE mais justa, mais ecológica e mais assente no desempenho

O Conselho adotou formalmente no início de dezembro a nova política agrícola comum (PAC) que será aplicável no período de 2023-2027.
A nova PAC, mais justa, mais ecológica e mais assente no desempenho, tem por objetivo proporcionar um futuro sustentável aos agricultores europeus, assegurar um apoio mais direcionado para as explorações agrícolas de menor dimensão e conferir aos Estados-Membros maior flexibilidade para adaptarem as medidas às condições locais.

Os três regulamentos que constituem o pacote de reforma da PAC foram assinados pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu, tendo sido publicados no Jornal Oficial da UE. Consulte aqui

A nova legislação proporciona a base para a aplicação da PAC, assente no reforço da sustentabilidade económica, ambiental e social do setor agroalimentar num quadro de um maior alinhamento com a legislação e os compromissos da UE em matéria de ambiente e clima, nomeadamente o Pacto Ecológico Europeu e incluindo pela primeira vez uma dimensão social.
As novas disposições entram em vigor a partir de 2023.

Veja a Infografia
 
 
PARCA - subcomissão específica dedicada ao setor do leite e dos produtos lácteos 

Na sequência de uma situação prolongada de baixo preço ao produtor que se verifica no setor do leite nacional nos últimos anos, foi criada pelo Despacho 8819/2021 dos METD e MA, uma subcomissão específica no âmbito da Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar (PARCA) dedicada ao setor do leite e dos produtos lácteos.

Esta subcomissão teve como objetivo de elaborar um diagnóstico de análise de situação do setor, incluindo, entre outros aspetos, a estrutura de custos e de proveitos das diversas fases da cadeia de valor, fontes de informação, instrumentos públicos setoriais e a transmissão de valor ao longo da cadeia, incluindo a abordagem da respetiva dimensão regional e propostas de atuação.

Os trabalhos da subcomissão desenvolveram-se ao longo dos meses de outubro a dezembro deste ano, nos quais reuniu por cinco vezes, e foram encerrados com a conclusão do relatório de diagnóstico, que será enviado às entidades PARCA até final de 2021, para posterior debate em reunião plenária desta plataforma no decurso do mês de janeiro de 2022.

 

Consulta sobre a Política Comum das Pescas e relatórios sobre a Organização Comum de Mercado
 
A Comissão Europeia lançou duas consultas específicas para pedir às partes interessadas que contribuam para os dois próximos relatórios a entregar até ao final de 2022:
  • Relatório sobre o funcionamento da política comum da pesca (PCP), tendo por objetivo analisar como reforçar a sua implementação;
O questionário online ajudará a Comissão a recolher informações sobre o funcionamento da PCP, servindo de base para discussões mais aprofundadas a nível regional a partir de abril de 2022, terminando o processo de consulta antes do verão de 2022.
  • Relatório sobre a organização comum de mercado (OCM), tendo por objetivo um balanço da aplicação do Regulamento OCM e das suas disposições legais, tais como disposições sobre organizações profissionais, normas de comercialização obrigatórias, informação aos consumidores, aplicação de regras de concorrência e recolha de informações de mercado comuns .
O questionário online faz parte da consulta direcionada às partes interessadas, que ajudará a construir uma visão geral das principais preocupações e recolher informações sobre tópicos específicos, nomeadamente boas práticas ou processos inovadores implementados ou indícios de deficiências na implementação dos Regulamentos.

Todas as partes interessadas, incluindo a indústria pesqueira, organizações não governamentais, parceiros acadêmicos, científicos, sociais e econômicos, são convidados a participar e compartilhar suas opiniões nestas consultas direcionadas, até 28 de fevereiro de 2022.
 
Publicações
 
EU Agriculture outlook para os mercados, rendimento e ambiente 2021-2031

O relatório de análise prospetiva a médio prazo integra um conjunto relevante de dados no âmbito da evolução dos mercados, rendimento e trabalho agrícola e também em matéria ambiental, acompanhados por uma explicação dos pressupostos assumidos e da descrição do contexto macroeconómico. As necessidades de recuperação no pós-Covid19 e a nova alocação de recursos orçamentais no periodo 2021-2037 foram assumidos nestes pressupostos.
As projeções apontam nomeadamente para a continuação do crescimento da área florestal na UE na próxima década, associado ao reconhecimento do papel das florestas no armazenamento de carbono. As preocupações dos consumidores com o meio ambiente e as mudanças climáticas resultarão em uma maior atenção ao processo de produção e à origem dos produtos, nomeadamente da carne, prevendo-se o aumento da produção de leite orgânico e do consumo de frutas e vegetais frescos, beneficiando de uma maior consciencialização sobre a saúde.

Comissão Europeia, dezembro 2021 | Ver relatório (pdf)
 
The state of the world’s land and water resources for food and agriculture: Systems at breaking point (SOLAW 2021)  

A FAO publicou o relatório sobre o estado dos recursos terrestres e hídricos mundiais para a alimentação e agricultura, realçando os sistemas de produção em ponto de rutura, face à intensificação da pressão sobre a capacidade produtiva.
Os impactos das mudanças climáticas já estão restringindo a produção irrigada e irrigada, além das consequências ambientais resultantes de décadas de uso insustentável.

SOLAW 2021 disponibiliza soluções distintas da abordagem corrente, indicando a urgência da transformação na base dos sistemas alimentares globais - água, terra e solos - e a tomada de decisão a nível global, regional e nacional.

O Relatório de Síntese SOLAW 2021 apresenta as principais conclusões e recomendações do relatório completo e estudos de base, que serão publicados no início de 2022.

FAO, dezembro 2021
Relatório (pdf) | Síntese (pdf) | Vídeo
Principais dados da cadeia alimentar europeia 2021

O Eurostat divulgou uma nova publicação com dados chave sobre a cadeia alimentar da UE com enfoque no âmbito do Farm to Fork.

Disponibiliza uma visão geral dos aspetos estruturais da agricultura, bem como da produção agrícola e pesqueira primária, assim como do processamento, comércio, distribuição e consumo de alimentos e bebidas.
A publicação integra as questões ambientais relacionadas com algumas etapas da cadeia alimentar. Apresenta mensagens-chave para a UE e destaca os principais intervenientes e especializações-chave, acompanhando análises com visualizações intuitivas e apresentações de dados inovadoras.

EUROSTAT, dezembro 2021 | Ver publicação (pdf)
 
Relatório Económico de Portugal  

O Relatório examina o impacto da crise da COVID-19 na economia portuguesa e discute como assegurar que a recuperação seja forte e resiliente. Analisa também a forma como os fundos da UE, juntamente com as reformas estruturais, podem ser utilizados para impulsionar o potencial económico de Portugal, tornando o crescimento mais verde e reduzindo as desigualdades.
A ação política também terá de fazer face a novos riscos financeiros e orçamentais, podendo a aplicação rápida e eficaz do Plano de Recuperação e Resiliência ajudar a enfrentar estes desafios e a assegurar uma recuperação duradoura. Uma maior adesão às tecnologias digitais – através da melhoria das infraestruturas e do desenvolvimento das competências – é suscetível de impulsionar o crescimento a longo prazo, sendo fundamental dotar a população de competências digitais e de base e, ao mesmo tempo, promover o investimento e a inovação nas pequenas empresas.

OCDE, dezembro 2021 | Ver publicação
 
Carbon Farming – Making agriculture fit for 2030

Este estudo do Parlamento Europeu conclui que a agricultura de carbono oferece “potencial significativo” para mitigar as alterações climáticas na Europa e trazer outros benefícios”, disponibilizando uma análise sobre os impactos positivos, mas também dos potenciais impactos negativos de algumas práticas associadas à remoção do carbono.
Apesar dos benefícios na biodiversidade, água, saúde do solo e bem-estar dos animais, assim como melhorias de produtividade, de custos reduzidos e de uma maior resiliência das explorações agrícolas, algumas práticas de gestão de carbono podem ter impactos negativos e conduzir a compensações. A investigação sugere que devem ser financiados estudos que tenham “uma abordagem integrada e a nível do sistema, considerando as interações entre diferentes opções de criação de carbono, barreiras à absorção, interações com alterações nos padrões de consumo e impactos noutros objetivos ambientais e socioeconómicos.

Parlamento Europeu, dezembro 2021 | Ver publicação (pdf)
 



Lisboa, o Descobrimento do Mundo e Fernão de Magalhães  


Desenvolvida no âmbito de uma parceira entre a EMCFM e o Gabinete de Estudos Olisiponenses da Câmara Municipal de Lisboa, a obra apresentada em dezembro, procura fazer uma descrição de como era Lisboa no tempo dos descobrimentos e de como esta “atmosfera” terá influenciado Fernão de Magalhães para a expedição que mudaria o mundo.

Apresentação da publicação
Ver outras publicações
Legislação 
Diário da República / Jornal Oficial da UE
Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural | Mar | Outros
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