Livro do Centenário do Ministério da Agricultura

OS TEMPOS DA ADESÃO À COMUNIDADE EUROPEIA (1977-1986) // 98 // tem o resto – 5%. E para quê? Para o investimento na agricultura! Acontece, Senhor Ministro, que é deste investimento de que nós precisamos. E, se nos negarem o tempo necessário para chegarmos a uma agricultura produtiva, seremos invadidos pela concorrência dessas agricul- turas e desses agricultores mais produtivos, também porque, além dos dinheiros que recebe- ram, tiveram tempo para aprender. Em conclusão, Senhor Ministro – a nossa “batalha”, lá e cá, para “virar o bico ao prego” vai ser difícil e longa… Veja, portanto, se não haverá melhor escolha…” Acontece que o Prof. Vaz Portugal teimou e nomeou-me. Mas também ajudou… Na tal necessidade de precisarmos (naquele início das negociações de adesão) de tempo e di- nheiro, o meu alerta tinha fundamento. Na verdade, a negociação de todos os dossiês teve de andar ao passo do dossiê agricultura e demorou, como vimos, oito anos. No final, obtivemos, entre várias outras coisas, o financiamento comunitário para um Pro- grama Específico para o Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa – o PEDAP, dotado, em termos da participação comunitária, com 700 milhões de ECUS. 137 137. 105 milhões de contos, na nossa moeda de então. 1 ECU valia 150$00 (escudos), ou cerca de 500 milhões de euros a preços desse ano.

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