Livro do Centenário do Ministério da Agricultura

A MEMÓRIA E OS TEMPOS // 93 // Logo na primeira reunião, já sobre direito derivado, a delegação portuguesa dispôs de duas im- portantes ajudas. A primeira foram as cartas do SROA 133 que resultaram do reconhecimento feito na década de 1950. Nunca se tinha feito uso delas. A publicação das cartas ditas de reco- nhecimento foi feita anos depois, quando já nem existia o SROA. Eu aproveitei-as para mos- trar o nosso país (continente). E foram muito úteis nessas reuniões sobre a análise técnica e eco- nómica, em Bruxelas. A segunda ajuda foi muito mais recente e de natureza estatística. O Diretor do GP era, por ine- rência do cargo, vogal do Conselho Nacional de Estatística (CNE), onde são decididas as gran- des operações censitárias, como o Recenseamento Geral da população, a realizar a cada dez anos. Ora neste figura, entre outros, o Inquérito às Explorações Agrícolas. E eu, quando tive o cargo (logo com o Dr. Luís Saias) levantei no CNE a necessidade de atualizar o referido Inqué- rito. O último datava de 1958. O meu argumento foi claro. Em 1977, tínhamos pedido a nossa Integração na Comunidade Europeia. O Dossiê Agricultura era o mais importante, tanto para nós como para a Comissão Europeia. A uniformização dos apuramentos estatísticos far-nos-ia convergir para o Eurostat. Por outro lado, nós necessitávamos de atualizar os nossos dados. Até porque um dos capítulos das reuniões com a DG VI seria dedicado ao tema. Consequentemente pedi que o CNE lan- çasse, o mais depressa possível, o Inquérito às Explorações agrícolas, tanto no Continente, como nas Regiões Autónomas. E tive de usar o meu peso de vogal do CNE para “atirar às cor- das” o chefe da Repartição das Estatísticas Agrícolas do INE, que dizia que bastava fazer um inqueritozinho pecuário!... O Inquérito Nacional às Explorações Agrícolas fez-se, e eu já pude dispor dos primeiros dados quando a reunião com a DG VI, dedicada às estatísticas agrícolas, teve lugar. A par dos mapas do SROA, a outra “ janela” para mostrar o Portugal agrícola, em Bruxelas, era compreensivelmente, a das Estatísticas. E eu nunca percebi por que razão o próprio chefe das Estatísticas Agrícolas do INE se contentava com um “inqueritozinho” pecuário, na sua própria expressão. 4. O COLÓQUIO NA FEIRA NACIONAL DE AGRICULTURA, EM SANTARÉM, DE 11 A 16 DE JULHO DE 1979 Não sei se na Biblioteca do Ministério da Agricultura ainda existe, neste nosso tempo, a edição das “Perspetivas para a política e desenvolvimento da agricultura”. Na dúvida, esboço aqui uma espécie de síntese das suas conclusões. 133. O Serviço de Reconhecimento e Ordenamento Agrário, dos anos 50 do século passado. Eu tinha trabalhado na Carta dos Solos.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0OTkw