Livro do Centenário do Ministério da Agricultura

OS TEMPOS INCERTOS . 1926-1978 // 70 // Para mim, foi com uma profunda mágoa que vi aquele projeto de Alqueva ter ficado num ato- leiro de batalhas jurídicas. No fim das quais: – Todos perderam! E o que é lamentável, toda a Região e as suas gentes. No último episódio, pelo menos para mim, teve lugar uma Instituição séria. E numa sessão também encimada com pessoas, as quais sempre me mereceram respeito e consideração. Pela primeira vez neste escrito, vou falar a propósito de acontecimentos, de pessoas, e com os próprios nomes. Em 1964, o Engenheiro Mercier Marques, então Bastonário da Ordem dos Engenheiros, pre- sidiu a uma sessão, na qual estavam o Ministro das Obras Públicas, o Eng.º Arantes e Oliveira; o Secretário de Estado da Agricultura, Eng.º Azevedo Coutinho; e o Subsecretário de Estado das Obras Públicas, Eng.º Amaro da Costa. Naquela abertura da Sessão inaugural de um ciclo de conferências sobre o Plano de Rega do Alentejo, eu tinha sido indicado, naturalmente, pelo que tinha anteriormente escrito sobre o Desenvolvimento Regional; e com lugar nos Planos de Fomento Nacional. Ao tempo, estes tinham duas grandes áreas: – O Planeamento global (o macroeconómico e financeiro). – O Planeamento setorial (os setores económicos – Agricultura; Comércio e Indústrias, etc.; mais os sectores sociais – Educação; Saúde, etc.). Faltava-lhes o Planeamento Regional, e portanto os investimentos à escala territorial. 102 Ora na referida Sessão inaugural sobre o Plano de Rega do Alentejo falou o Eng.º Amaro da Costa sobre o tema “A rega e a Nação”. Depois falei eu sobre “As Implicações 103 do P.R. do Alentejo no Desenvolvimento Económico Regional”. Lá li o meu testemunho. Não deixei de dizer aquilo que, pelo meu lado, devia ser dito. Mas é no seguimento da Sessão inaugural, no decorrer dos dias seguintes, que aquela equipa no terreno, e na qual eu voluntariamente me incluí, foi mostrando o essencial: – O homem de toda a conceção da barragem, o Eng.º Civil Faria Ferreira, mostrou o quanto valia. E no campo, tinha sido um colega de trabalho sempre afável, sempre acessível e disponí- vel. Em suma, uma mais-valia. – Numa das outras a seguir, entrou em cena o Eng.º António Cavaco. Era da especialidade en- genharia eletrotécnica. Calculou tudo! A parte que esteve a seu cargo ainda hoje serve à EDIA (Empresa Pública do Desenvolvimento Integrado de Alqueva); à EDP, etc. – A terminar, não custa perceber a razão pela qual, eu estou aqui a falar deles… 102. Já havia uma área no Secretariado Técnico da Presidência do Conselho, que tratava das Regiões. Eu entrei para ele em 1965. 103. Cf; Boletim da O. do E. – Memória n.º 185.J.A.S. Varela. Lisboa 1964.

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