Livro do Centenário do Ministério da Agricultura
OS TEMPOS INCERTOS . 1926-1978 // 66 // efeitos da adaptação ao regadio. Por um lado, estes 170 000 ha não formavam um todo contí- nuo e homogéneo, encontrando-se em manchas dispersas. Por outro lado, a Carta dos Solos iria, por razões técnicas, ser apresentada na escala de 1/50 000 95 . , que era também a escala da Carta de Portugal, já efetuada pelo Instituto Geográfico e Cadastral. Nestas condições, a Carta dos Solos, ainda na fase dos trabalhos de campo, só poderia servir para se ter uma ideia aproximada sobre os 170 000 ha, dominados a partir da cota de saída (da água) na tomada de água, quer da barragem de Alqueva, quer de outras intermédias. Foi pois neste trabalho de campo que me disponibilizei para trabalhar, sempre em boa colaboração com a DG dos Serviços Hidráulicos do MOP. 3. O PLANO DE REGA DO ALENTEJO O projeto de Alqueva apresentado e publicado em dezembro de 1965 (note-se que entre o Des- pacho do MOP e a publicação deste volume se passaram 11 anos, e mais alguns decorreriam até ao início dos trabalhos no campo) com o título: – Plano de Valorização do Alentejo – Rega de 170.000 ha, contém apenas as infraestruturas hidráulicas; um esquema genérico da respe- tiva mais-valia; e os pareceres do Conselho Superior de Obras Públicas. Para lá dos dados res- peitantes às mais-valias, apresentados como sendo a parte económica, a publicação contém: – Os vários Pareceres do Conselho Superior das Obras Públicas. – Depois o longo Parecer da Câmara Corporativa. Este último Parecer contém duas partes: – Na generalidade e na especialidade. Nesta Memória, irei separar o que foi, até 1957, o Plano de Rega do Alentejo (170.000 ha) da- quilo que poderia ter sido todo o projeto à volta da Barragem de Alqueva, como projeto-âncora de um Plano de Valorização do Alentejo. O qual, em minha opinião, não foi feito. E que ainda está por fazer. Neste esclarecimento tem interesse dar significado às expressões. No início do projeto e no campo, nós referíamos o mesmo, utilizando as: – O projeto expressões de Alqueva. Ou, o que era o mesmo: – O escalão de Alqueva. A razão era (e ainda é) que a grande barragem no Guadiana era a Obra central de todo o projeto. E isto porque a grande barragem é multi-usos: 95. A Carta dos Solos utilizava fotografias aéreas, feitas pela Royal Air Force (Grã-Bretanha) no início da 2.ª Guerra Mundial (1939-1945). A altitude dos voos condicionou a respetiva escala das fotos que se situava entre 1/30 000 e 1/32 000.
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