Livro do Centenário do Ministério da Agricultura
A MEMÓRIA E OS TEMPOS // 45 // agricultores, nem tampouco que apenas defendeu a manutenção da agricultura de sequeiro e da Campanha do Trigo, subsidiada e sem regras. O que posso dizer é que travou a valorização do Alentejo, no que respeitou à diversificação de culturas. Retomarei este tema no capítulo de- dicado ao Plano de Rega do Alentejo. 3. UMA HARMONIZAÇÃO DE INTERESSES INVIÁVEL Como mostrarei mais adiante, o sistema de produção com base na monocultura cerealífera de sequeiro só poderia manter-se à custa de subsídios ao trigo e de salários baixos aos trabalhado- res rurais em regime de sazonalidade. Nestas circunstâncias, a desejável harmonização de in- teresses entre patrões e empregados, convergindo para o interesse nacional, não seria alcan- çada, como pretendia o Estado Corporativo.
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