Livro do Centenário do Ministério da Agricultura
A MEMÓRIA E OS TEMPOS // 141 // vinda dos contribuintes europeus. Como tentei mostrar ao longo destas linhas, no século passado, o nosso País e os seus agricul- tores, tiveram de enfrentar uma transição que durou mais tempo do que era suposto para ul- trapassarmos dificuldades várias. E aconteceu que, no início deste século, no qual estamos, a Política Agrícola Comum, da Co- munidade Europeia na qual nos integrámos, até pareceu indiferente aos problemas da nossa Agricultura. E esta, a Agricultura nossa, não foi muito apreciada nesta terra de antigos navegantes. – Neste quase 1.º quartil, até a PAC parece desorientada perante as mutações que pre- tendem desnaturar a própria Natureza. Será tudo assim? E daqui para a frente? Eu creio que não! Na História, e até aqui, e nas viagens havidas no século passado, surgiram sempre uns quantos que não se resignaram a baixar os braços. Mas como foi? A resposta corrente, e verídica, é que surgiram grandes figuras, grandes homens, que soube- ram ultrapassar as crises, e venceram. É provável que também tenham sido ajudados pela vontade das pessoas comuns que também decidiram não baixar os braços e ir para a frente. Nestes últimos dias, depois da notícia de que o prémio que a C.E. resolveu (e bem) atribuir, em cada ano, ao melhor agricultor europeu, foi ganho por um agricultor português. Um jovem empresário que, no Alentejo (tão deserdado no século passado), plantou um pomar de frutos se- cos – uma centena de hectares de amendoeiras. As quais, na próxima primavera irão florir. Porque ele não baixou os braços…
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