Livro do Centenário do Ministério da Agricultura

OS TEMPOS DA ADESÃO À COMUNIDADE EUROPEIA (1977-1986) // 110 // Logo a seguir, o presidente francês, Giscard d’Estaing, com o argumento das dificuldades fi- nanceiras provocadas pelas crises petrolíferas, aconselhou a Comissão Europeia, a fazer uma pausa nas negociações em curso com os três candidatos de então: Grécia; Portugal; Espanha. Em sua opinião, era necessário fazer reformas na PAC, tida como muito dispendiosa. E, no se- guimento disso, o Conselho Europeu deveria reanalisar a situação, antes do alargamento aos três países candidatos. Foi a, na altura chamada, “Pause de Giscard d’Estaing”. Em conse- quência, como a França (com a Alemanha) praticamente mandavam no Conselho Europeu, este dirigiu à Comissão Europeia um “Mandato”. Este “Mandato de 30 de Maio” apanhou- -nos em cheio 145 . Por fim, tudo se acalmou. E porquê? Assim como a Sra. Thatcher tinha recuperado o “seu” di- nheiro, também o Sr. Giscard d’Estaing obteve dinheiro do FEOGA para ajudar os horticul- tores franceses do Midi, com os Programas integrados para as regiões mediterrâneas (PIM). Por seu lado, o Conselho Europeu, com o tal Mandato de 30 de Maio de 1980, levou a CE a fazer economias na gestão da PAC. Iria começar um período de “vacas magras”. 4. UM PRAZO RETARDADO, MAS UMA NEGOCIAÇÃO PROSSEGUIDA Não obstante todas estas dificuldades políticas, nós (a CIE) e eles (a DG VI) mantivemos con- tinuidade nas reuniões. E, por seu lado, o Governo estabeleceu com a Comissão Europeia ou- tra linha de contacto, através da REPER – com o nosso Embaixador Prof. Ernani Lopes nas- ceu um “gentlemen’s agreement”, que consistiu no seguinte: trabalhar para dispormos do Ato de Adesão, de modo a poder ser ratificado pelos Parlamentos dos EM no decurso de 1982, para que o Ato de Adesão pudesse ser assinado em 1983.  145. Na realidade, o Presidente Giscard refletia o receio que o “Midi” francês tinha em face da concorrência dos espanhóis nos hortícolas, etc.

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