Livro do Centenário do Ministério da Agricultura

A MEMÓRIA E OS TEMPOS // 99 // Perguntam-me qual é a minha política? Eu digo-vos qual é: Vamos lutar, em terra, no mar e no ar, com todas as forças que Deus nos deu, para vencermos a tirania mais cruel que a humanidade conheceu. Vamos lutar nas nos- sas praias, nos nossos campos, nas nossas cidades, nas nossas ruas, nas nossas casas, para alcançarmos a vitória! Sir Winston Churchill 1. UM “INGREDIENTE” NECESSÁRIO EM QUALQUER ESTRATÉGIA Se há ingrediente necessário em face das dificuldades, e para ultrapassá-las, é a tenacidade. A transcrição que faço da resposta dada pelo então Primeiro-Ministro britânico, após a reti- rada do seu exército, em maio de 1940, foi a de quem não aceita a derrota. Só que, para isso, é indispensável ser tenaz. Não vale a pena, porém, estar eu aqui a tecer uns lirismos laudatórios à tenacidade. Esta é o que é, cada um tem a que tem e pode dispor dela como quiser. A nós, no caso das negociações com a Comunidade Europeia, foi-nos essencial. E resultou... Numa negociação, todavia, a tenacidade, só por si, não basta. Se contarmos apenas com ela, que é uma caraterística individual, arriscamo-nos a descair para a teimosia, também ela uma caraterística individual. Uma negociação, para ser levada a bom porto e obter um resultado equilibrado e justo, precisa de outros dois ingredientes, como numa tripeça: a capacidade e a confiança recíprocas. É assim que se forma uma equipa e é também assim que se cria um organismo. Só então, quando se mobiliza o conjunto, se revelam em pleno os três referidos “ingredientes” e o con- junto é, então, eficaz. Posso dar dois exemplos deste funcionamento eficaz: o Gabinete de Planeamento e Integração Europeia, do Ministério da Agricultura e a Direção-Geral de Agricultura (DG VI) da Comis- são Europeia. Ambos funcionaram com eficácia e o resultado foi uma adesão, no que respeita à agricultura, equilibrada. CAPÍTULO XVI UMA ESTRATÉGIA NEGOCIAL PARA A AGRICULTURA PORTUGUESA (1979-1986)

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