CULTIVAR 9 - Gastronomia

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 9 SETEMBRO 2017 64 são económica e com o decréscimo do volume de capturas devido à redução acentuada no Conti- nente das capturas de sardinha (limites de captura deste pelágico impostos no quadro das medidas de gestão adotadas para este recurso) e à diminui- ção da captura de atuns (em 2012, na R. A. Açores e, em 2013, na R. A. Madeira), recurso que devido às características migratórias condiciona a pesca- ria desta espécie, a quantidade de pescado dispo- nível para consumo atingiu o volume mais baixo desde 1990. Imunes ao ciclo recessivo estiveram as disponibilidades alimentares dos peixes salga- dos secos que, inclusivamente, reforçaram as suas disponibilidades no grupo do pescado. Ovos 1/2 ovo por dia foi o que os residentes em terri- tório nacional tiveram disponível para consumo no período 2012/2016 21,8 g/hab/dia no período 2012-2016), o que equi- vale a aproximadamente meio ovo por dia e por pessoa e a 167 ovos/hab/ano, considerando um ovo médio sem casca. A evolução das disponibili- dades deste produto foi marcada pelo aumento de produção nacional de ovos ao longo do período em análise, tendência à qual não será alheio o esforço do setor na adaptação de gaiolas melhoradas. Esta situação, que ocorreu por obrigação de regulamen- tação comunitária no âmbito do bem-estar animal, trouxe investimentos a nível da estrutura produtiva e induziu a entrada em funcionamento de unida- des produtivas de maior dimensão. O aumento da produção nacional (+21,0% entre 2012 e 2016) potenciou o aumento das exporta- ções em 60,7% no mesmo período. Dado que o aumento de produção de ovos foi escoado para exportação, as disponibilidades para consumo de ovos não apresentaram variações significativas. Leite e produtos lácteos Alteração dos padrões alimentares e ajusta- mento do setor leiteiro ao fim das quotas justi- ficam a redução do consumo aparente de leite que em 2016 foi de 316,1 g/hab/dia O comportamento das disponibilidades para con- sumo destes produtos no quinquénio 2012-2016 esteve maioritariamente relacionada com o decrés- cimo das disponibilidades de leite para consumo que, representando em média 63,2% das disponi- bilidades totais neste período e sendo o recurso com maiores disponibilidades, apresentou um decréscimo sustentado ao longo do período a uma taxa média de variação anual de -3,7% (-31,8 g/ hab, equivalente a -11,6 kg/hab entre 2012 e 2016). A disponibilidade diária per capita de iogurtes em 2016 foi de 58,6 g/hab/dia, equivalente a 21,4 kg/ hab/ano. Apesar do aumento da importância das disponibilidades de iogurtes na estrutura, o com- portamento das disponibilidades diárias para con- sumo foi irregular ao longo do período em análise e dependente das importações, as quais represen- taram em média, no mesmo período, 59,7% das quantidades disponíveis de iogurtes para consumo. As disponibilidades de queijo que vinham a decres- cer desde 2009, o que se prolongou até 2012 (decréscimo de -9,7%), recuperou de forma sus- tentada a partir de 2013 e reforçou a sua impor- tância na estrutura das disponibilidades dos pro- dutos lácteos em 2,1 p.p. entre 2012 e 2016 (média de 7,7% em 2012-2016). Cereais 338,7 g/hab foi a quantidade média de cereais disponível para consumo, por dia Em 2016, cada residente em território nacional tinha disponível para consumo 339,4 g/hab/dia de cereais (média de 338,7 g/hab/dia em 2012- 2016). As disponibilidades de cereais em Portu- gal estão fortemente dependentes da importação (em média, 86,1% das necessidades nacionais de cereais provêm da importação), pelo que a sua evolução no quinquénio em análise foi resultado da dinâmica das importações neste período.

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