CULTIVAR 9 - Gastronomia

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 9 SETEMBRO 2017 102 nos, um estilo de vida saudável, baseado numa dieta equilibrada (conclui sobre a importância de que a UE desenvolva políticas de educação em ali- mentação e gastronomia). Resumo 1. Principais considerandos na base da pro- posta 1.1. Aspetos educativos • Condicionamento do estado de saúde e bem- -estar da população pelo tipo de alimentação, ambiente e, por conseguinte, pelo tipo de agri- cultura, pesca e pecuária; • Assunção pela OMS que os centros educativos são espaço primordial para a aquisição de conhe- cimentos teóricos e práticos sobre saúde, nutri- ção, alimentação e gastronomia; • Consequências dramáticas que a má alimenta- ção pode ter e importância de combater a obesi- dade e a má alimentação (na origem da epidemia de doenças não transmissíveis como afeções car- diovasculares, diabetes ou cancro); • Papel da infância como período determinante para ensinar comportamentos saudáveis e que levem a adotar um estilo de vida saudável, e da escola enquanto lugar privilegiado para desen- volver comportamentos saudáveis a longo prazo nas novas gerações; • Reconhecimento da Dieta Mediterrânica como Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, o que equivale a fomentar e estabelecer padrões de comportamento destinados a garan- tir um estilo de vida saudável, partindo de uma perspetiva transversal (aspetos educativos, ali- mentares, escolares, familiares, nutricionais, ter- ritoriais, paisagísticos, etc.); • Importância de assegurar nas cantinas escola- res uma alimentação de qualidade e equilibrada, considerando que a educação no seu sentido mais transversal, também no âmbito alimentar, serve para consolidar, entre os alunos, um estilo de vida saudável, baseado numa dieta equili- brada; • Assunção de que uma verdadeira educação nutri- cional sensibiliza os cidadãos para a correlação entre os géneros alimentícios, a sustentabilidade alimentar e o estado de saúde do planeta. 1.2. Aspetos culturais • A gastronomia como um conjunto de conheci- mentos, experiências, artes e artesanato que per- mitem comer de forma saudável e com prazer; • A gastronomia como um elemento essencial do património cultural europeu e dos EM, fazendo parte da sua identidade; • Identificação, defesa e proteção internacional por parte da UE, das IG, DO e ETs de produtos agroali- mentares; • Ligação da gastronomia à agricultura das diferen- tes regiões da UE e seus produtos locais; • A gastronomia como uma das manifestações cul- turais mais importantes do ser humano; • Impacto negativo que a gastronomia pode sofrer com a invasão de alimentos e alimentação nor- malizados à escala mundial; • Identificação da gastronomia com diferentes aspetos da alimentação, encerrando três pilares fundamentais: saúde, hábitos alimentares e pra- zer; • Importância do reconhecimento da Dieta Medi- terrânica como Património Cultural Imaterial por parte da UNESCO para reunir um conjunto de conhecimentos, competências, práticas, rituais, tradições e símbolos relacionados com o cultivo e as colheitas agrícolas, a pesca e a criação de ani- mais e também como forma de conservar, trans- formar, cozinhar, distribuir e consumir alimentos; • Conversão da gastronomia num dos principais chamarizes em matéria de turismo e efeito muito

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