Cultivar_7_O risco na atividade economica

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 7 MARÇO 2017 78 Sistemas de DFCI – Defesa da Floresta Contra Incêndios Os sistemas de DFCI operacionalizados em cada OPF incluem a organização e execução de cam- panhas de sensibilização da população, cursos de formação para técnicos e produtores e a criação e desenvolvimento de sistemas de DFCI. Estes siste- mas, que contam com um coordenador operacio- nal que funciona como elo de ligação junto dos diversos agentes com responsabilidades na defesa da floresta contra incêndios, possuem sistemas de informação geográfica com toda a informação rele- vante, sistemas de radiocomunicação próprios e algumas viaturas da proteção civil. No âmbito da pré-supressão e supressão contam ainda com meios terrestres ligeiros do programa de sapadores florestais, das OPF e dos produtores flo- restais associados, totalizando 82 equipas de pri- meira intervenção (com veículo todo-o-terreno e unidade hidráulica de supressão de incêndios flores- tais com capacidade para 400 a 500 litros) e meios terrestres semipesados também dos produtores flo- restais associados (74 cisternas móveis de 6 000 l a 12 000 l; tratores com grades e retroescavadoras) que estão integrados nestes sistemas de DFCI. A integração e coordenação dos meios de DFCI existentes nos produtores florestais associados são essenciais para minimizar os prejuízos resultantes dos incêndios, através da vigilância, alerta, primeira intervenção em fogos florestais e apoio no combate. Certificação florestal As Organizações de Produtores Florestais (OPF) da UNAC possuem 5 grupos de certificação flores- tal FSC (Forest Stewardship Council), abrangendo 116 718 ha e 2 grupos de certificação florestal PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certifi- cation), que totalizam 34 340 ha. A certificação florestal, não tendo como objetivo direto os incêndios florestais, permite uma monito- rização periódica e regular dos níveis de risco, con- tribuindo de forma determinante para uma autorre- gulação do controlo do risco através das auditorias internas, que é reforçada com as auditorias exter- nas pelas entidades certificadoras. Seguro florestal Apesar de todas as ações desenvolvidas para a ges- tão do risco, faltava ainda uma peça essencial que possibilitasse uma transferência do risco: o seguro florestal, essencial em qualquer atividade econó- mica com base numa gestão profissional, de forma a possibilitar a mitigação das consequências dos incêndios. Esta ferramenta de gestão de risco de caráter financeiro é também essencial dada a dife- rente perceção do risco florestal, ou das suas con- sequências por parte dos financiadores (bancos, fundos, etc.), e, em particular, numa previsível ten- dência de redução dos apoios ao investimento flo- restal através da Politica Agrícola Comum, seja das dotações disponíveis ou das taxas de compartici- pação. Foi assim iniciado em 2008 o processo de desenvol- vimento de uma solução interessante e inovadora na área dos seguros florestais, que salvaguardasse os investimentos e os rendimentos dos produtores florestais associados em OPF da UNAC. Em parceria com a CA Seguros, e com parceiros internacionais, foi desenvolvido um modelo de seguro de incêndio florestal exclusivo para os associados das associa- ções filiadas na UNAC, possibilitando a criação de um mecanismo de partilha de risco que compensa o produtor florestal em caso de ocorrência de sinis- tro, permitindo assim a sua indemnização por per- das económicas e financeiras. O seguro possui as seguintes condições: • Disponível para produtores florestais que perten- çam a uma das associações da UNAC e já tenham Plano de Gestão Florestal (PGF) aprovado, que esteja em processo de aprovação ou que esteja pronto para ser submetido a aprovação;

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