Cultivar_7_O risco na atividade economica

73 Estratégias de gestão de risco de incêndio florestal: da gestão florestal ao seguro florestal NUNO CALADO UNAC – União da Floresta Mediterrânica (...) “ a menos que os riscos percebidos sejam reduzidos, será difícil continuar a assegurar o investimento privado no setor e poderá mesmo verificar-se desinvestimento (...)” Estratégia Nacional para as Florestas Enquadramento A Floresta assume grande importância em termos económicos e sociais, pelo seu contributo para o valor acrescentado bruto (VAB) nacional e para o emprego, pelo seu papel em termos de ordena- mento do território e por gerar maioritariamente produtos de exportação. A indústria que lhe está a jusante, direcionada maioritariamente para o mer- cado externo tem tido um contributo assinalável para o crescimento das exportações portuguesas nos últimos anos. O setor florestal português é um setor exportador por excelência tendo sido responsável, em 2016, por um valor de exportações de 4,8 mil milhões de euros (9,5% do total nacional) e por uma contri- buição positiva de 2,25 mil milhões de euros para o saldo da balança comercial do país. Esta cara- terística é extramente importante, já que devido à reduzida incorporação de importações contribui de forma muito relevante para a criação/integração de riqueza no país. A gestão florestal praticada assegura também a Bio- diversidade e Serviços dos Ecossistemas, tais como, combate à desertificação, sequestro de carbono, conservação do solo, regularização do ciclo hidro- lógico e proteção e conservação de um conjunto de espécies e habitats de elevado valor, para os quais não existe mercado remuneratório. O setor florestal é, assim, um vetor estrutural para uma parte muito significativa do território nacional, assegurando, para além de um valor económico muito relevante em termos nacionais, componen- tes extraordinárias, sempre negligenciadas e não valorizadas: economia e emprego em meios rurais e a biodiversidade e serviços dos ecossistemas No entanto, e como qualquer atividade económica, está sujeita a riscos. Esta questão, crítica para o setor florestal, determinou que um dos objetivos estratégicos da Estratégia Nacional para as Flores- tas (EFN), atualizada através da Resolução do Con- selho de Ministros n.º 6-B/2015 de 4 de fevereiro, seja a minimização dos riscos de incêndios e agen-

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