Cultivar_7_O risco na atividade economica

63 O seguro agrícola em Portugal – evolução, perspetivas futuras e importância do seguro num sistema de gestão de riscos Fonte: IFAP Gráfico 13: Evolução do rácio indemnizações/prémios (1997 a 2015) A principal causa de sinistro foi a geada (66%), seguida do granizo (28%). Esta situação é visível na maioria dos anos (Gráfico 14), sendo exceção os anos de 1997, 2006 e 2011, nos quais as indemni- zações afetas ao granizo excederam as de geada. Em 2014, a principal causa de sinistro foi a chuva persistente, associada ao seguro especial “Tomate para indústria” criado nesse ano, seguida do gra- nizo, tromba de água e geada. Gráfico 14 – Evolução das indemnizações a preços constantes 1997, por causa de sinistro (1997 a 2015) 0 € 10 € 20 € 30 € 40 € 50 € 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Millions Chuvas persistentes Geada Granizo Incêndio Neve Tornado Tromba de água Fonte: IFAP Gráfico 14: Evolução das indemnizações a preços constantes 1997, por causa de sinistro (1997 a 2015) Porém, quando se faz uma análise a nível regional, constata-se que a prevalência da causa de sinis- tro por geada se circunscreve às regiões do interior Norte (que corresponde às regiões D e E do seguro), enquanto o granizo é a causa de sinistro com maior representatividade nas restantes regiões (regiões A, B e C do seguro). No período em estudo, as culturas para onde foram canalizados os maiores montantes de indemniza- ções foram a maçã (45%), a vinha para vinho (34%), o tomate (4,5%) a pera (3,6%), a cereja (3,6%), e o pêssego (3,4%). É de assinalar as indemnizações relativas à cultura do tomate em 2014, que repre- sentaram 58% do total. 2. Perspetivas futuras do seguro agrícola e sua importância num sistema de gestão de riscos As perspetivas de evolução dos sistemas de gestão de riscos não podem, na minha opinião, ser dis- sociadas do impacto que as alterações climáticas provocam na agricultura, na medida em que nos confrontamos hoje com a ocorrência de fenóme- nos meteorológicos que, embora na sua natureza sejam iguais aos do passado, se caracterizam de forma diferente, a vários níveis, designadamente no que se refere à época, intensidade e frequência com que surgem. Estes “novos fenómenos” potenciam a exposição da produção agrícola aos riscos climáti- cos, a que já estava sujeita, induzindo uma maior heterogeneidade no rendimento dos agricultores, com todas as consequências negativas daí decor- rentes. O ritmo a que os vários fenómenos climáticos se vão afastando de um padrão, que era relativamente conhecido e classificado como normal e que, com alguma probabilidade, era expectável verificar-se (probabilidade essa avaliada com base nos dados históricos meteorológicos, quer em termos de fre- quência quer de intensidade), é de tal maneira ele- vado que dificulta que a escolha das culturas e variedades se faça, como seria desejável, com base em critérios de adaptabilidade climática. Esta circunstância vem criar uma dificuldade acres- cida na análise do risco associada aos fenómenos climáticos, não só aos que já constam no seguro agrícola (riscos cobertos), mas também relativa- mente a novos riscos que se pretendem vir a incluir no seguro.

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