Cultivar_7_O risco na atividade economica

21 Breve introdução à análise quantitativa do risco JOÃO NICOLAU Professor no ISEG, Universidade de Lisboa Investigador do CEMAPRE – Centro de Matemática Aplicada à Previsão e Decisão Económica Introdução Risco O risco pode ser entendido como uma exposição ao “perigo”, que pode afetar negativamente uma organização. O risco surge porque algo é incerto. Por exemplo, o valor de um investimento na bolsa de ações é incerto no futuro. Uma família que decida converter uma hipoteca de taxa fixa em variável está sujeita a reembolsos variáveis, que são incertos no futuro. Uma empresa europeia que decida transacionar para fora da zona Euro está sujeita ao risco cambial. Independentemente do contexto, o risco está fortemente ligado à incerteza e, portanto, ao acaso e às probabilidades. Existem variadíssimos riscos que podem afetar o normal funcionamento das organizações, mas neste artigo iremos centrar-nos apenas no risco financeiro. O mais estudado é provavelmente o risco de mercado, que é o risco que decorre da alte- ração da posição financeira ou do portfólio devido à alteração do valor das componentes que cons- tituem esse portfólio, como por exemplo, ações, obrigações, preço das matérias-primas, etc. Risco de crédito refere-se ao risco a que o credor está sujeito devido ao não pagamento do empréstimo e dos juros por parte do mutuário. Risco operacional é o risco de perdas resultantes de processos inter- nos inadequados. Risco de liquidez é o risco que decorre da falta de fundos imediatos para prevenir ou minimizar uma perda. Con- vém sublinhar que estes riscos, nem sempre bem delimitados, não represen- tam toda a panóplia de ris- cos financeiros que podem ocorrer durante o funcionamento de uma organi- zação. São todavia os mais conhecidos e os mais relevantes. Breve Resenha Histórica A gestão do risco evoluiu consideravelmente nas últimas décadas devido à inovação científica na área das Finanças e da Matemática, ao crescimento dos mercados, ao desenvolvimento das tecnolo- gias de informação e, como resposta, aos desastres financeiros ocorridos num passado recente. Alguns destes aspetos são desenvolvidos a seguir. A gestão do risco evoluiu consideravelmente nas últimas décadas devido à inovação científica na área das Finanças e da Matemática, ao crescimento dos mercados, ao desenvolvimento das tecnologias de informação e, como resposta, aos desastres financeiros ocorridos num passado recente.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0OTkw