Cultivar_7_O risco na atividade economica

Editorial 11 Na secção Observatório, temos vários contributos sobre instrumentos específicos particularmente no que diz respeito aos seguros, caso do SIPAC – Sis- tema Integrado de Proteção contra as Aleatorie- dades Climáticas, que é multissetorial, e de expe- riências de cariz setorial para o caso do setor do vinho e do setor da floresta. Apresenta-se também uma atualização dos principais dados do produto e investimento agroalimentares, sendo visível a vola- tilidade de algumas produções agrícolas. Joaquim Sampaio, do IFAP, apresenta uma aná- lise completa da evolução do seguro agrícola em Portugal, descrevendo a aplicação do SIPAC com o apoio de indicadores sobre a adesão de capi- tal seguro, agricultores e setores de atividade. São ainda apresentadas reflexões sobre as perspetivas futuras do seguro agrícola, em que é enfatizada a importância num sistema de gestão de riscos de “um seguro agrícola atrativo para o agricultor, com riscos diversificados e custos acessíveis, e que seja em simultâneo financeiramente equilibrado, consti- tuindo assim uma peça fundamental para o desen- volvimento, modernização e competitividade do setor agrícola” . Manuel Pinheiro, da CVRVV- Comissão Vitivinícola da Região dos Vinhos Verdes, dá um testemunho pessoal da experiência singular, de quase vinte anos, desta Região no panorama nacional, com uma apólice que agrega cerca de vinte mil viticul- tores e que foi evoluindo e aproveitando as opor- tunidades dos instrumentos públicos. É destacada a profissionalização que exige este sistema e é reportada a evolução do tipo de fenómenos climá- ticos que originam sinistros nas vinhas, com uma maior incidência atual no granizo. Considera que as aleatoriedades do clima não são algo de exce- cional na vida do agricultor. Defende que o agri- cultor deve gerir o seu risco de forma a obter uma proteção baseada numa apólice coletiva com forte poder negocial e apoiada pelo Estado como forma de “ mudar o habitual paradigma desgraça-pedido de subsídio ”. Nuno Calado, da UNAC, aborda os riscos associados à produção florestal, essencialmente em matéria de pragas e doenças e de incêndios florestais, num setor que se caracteriza por longos prazos de recu- peração do capital que é investido. O texto carac- teriza e quantifica os danos causados por estes ris- cos e aponta as estratégias de ordenamento e de defesa da floresta. Embora estes riscos, com impac- tos crescentes, tenham criado uma dificuldade de aparecimento de instrumentos financeiros a con- tratualizar pela banca comercial, existe procura por parte de produtores com uma gestão profissional. Assim, é descrito um produto inovador recente que está ter os primeiros resultados e com uma ade- são ainda reduzida, mas crescente. Como conclu- são refere-se que os seguros florestais podem vir a “ assumir um papel determinante como instrumento de fomento de políticas de gestão profissional e de gestão agrupada, e, em particular, na supressão de eventuais constrangimentos nos apoios ao investi- mento florestal ”. Da parte do GPP, é apresentada uma síntese da gestão do risco na política agrícola dos EUA: ins- trumentos e governação. É efetuada uma descri- ção geral da Farm Bill sendo particularizados os PASTOR, Artur (1962), Coleção do acervo do Ministério da Agricul- tura, Florestas e Desenvolvimento Rural Fotografia: Inundações no Ribatejo, Portugal

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