Cultivar_7_O risco na atividade economica

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 7 MARÇO 2017 108 catástrofes e a adaptação às alterações climáticas, quando fossem estabelecidos os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1 , devido à insuficiente ênfase na redução do risco e resiliência nos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio origi- nalmente identificados. Na década anterior à sua adoção, mais de 700 mil pessoas perderam a vida, cerca de 1,4 milhões fica- ram feridas e aproximadamente 23 milhões perde- ram as suas casas como consequência de diver- sos tipos de catástrofes. No total, mais de 1,5 mil milhões de pessoas foram afetadas de diversas maneiras por catástrofes, embora as mulheres, as crianças e as pessoas em situações vulneráveis o tenham sido de forma desproporcionada. Estima- -se que o impacto económico tenha sido superior a 1,3 biliões de dólares. Estas catástrofes, muitas dos quais foram exacerbadas pelas alterações climáti- cas, cuja intensidade e frequência está também a aumentar, impedem significativamente o progresso para um desenvolvimento mais sustentável. Espera-se que, nos próximos 15 anos, o Quadro de Sendai tenha como resultado a redução substancial dos riscos de catástrofe, perdas de vidas e modos de subsistência, assim como de bens económicos, físicos, sociais, culturais e ambientais das pessoas, empresas, comunidades e países. Para a operacionalização dos seus objetivos foram definidas sete metas e quatro prioridades de ação, bem como um conjunto de princípios transversais que deverão nortear a sua aplicação e que incluem, designadamente, a ideia da principal responsabili- dade dos Estados na prevenção e redução do risco, o apoio aos países menos desenvolvidos na prosse- cução das prioridades de redução que eles próprios definam, o envolvimento da sociedade, parceiros, autoridades locais e diferentes setores na elabora- 1 Os 17 ODS viriam a ser aprovados na cimeira da ONU que decorreu em Nova Iorque, entre 25 e 27 de setembro de 2015. ção de políticas, planos ou mecanismos de redução do risco de catástrofes e a necessidade de abordar e investir na prevenção contra os fatores de risco, com particular enfâse nas infraestruturas, em detri- mento de uma abordagem que privilegie a resposta e a recuperação pós-catástrofe. De seguida, enumeram-se sinteticamente as metas e prioridades para a ação definidas pelo Quadro. 2. Metas a) Reduzir substancialmente, até 2030, a morta- lidade global causada por catástrofes, com a intenção de diminuir em 100 000 a média de mor- talidade a nível global entre 2020-2030, quando comparada com o período 2005-2015; b) Reduzir substancialmente o número de pessoas afetadas globalmente até 2030, com a intenção de diminuir em 100 000 esse número a nível glo- bal entre 2020-2030, quando comparado com o período 2005-2015; c) Reduzir a perda económica diretamente ligada às catástrofes medida através do PIB (Produto Interno Bruto) Global até 2030; d) Reduzir substancialmente os danos causados por catástrofes às infraestruturas e a disrupção de serviços básicos, entre os quais as instalações com funções ligadas à saúde e educação, desig- nadamente através do desenvolvimento da sua resiliência até 2030; e) Aumentar substancialmente o número de países com estratégias nacionais e locais de redução do risco de catástrofes até 2020; f) Fortalecer substancialmente a cooperação inter- nacional com os países em desenvolvimento, através de apoio sustentável e adequado, de modo a complementar os seus planos de ação para a implementação deste Quadro até 2030; g) Aumentar substancialmente a disponibilidade e acesso às populações de sistemas de alerta pre-

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0OTkw