Cultivar_6_Comercio Internacioanl

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 6 NOVEMBRO 2016 26 Estratégia Global de Segurança Alimentar A Estratégia Global de Segurança Alimentar da Administração Obama reflete um conjunto de com- petências, recursos e lições específicas adquiridas a partir de serviços e agências federais dos EUA que contribuem para a segurança alimentar global bem como contributos de parceiros do sector privado, instituições académicas e da sociedade civil. Traça um rumo para o Governo dos EUA para contribuir para a concretização da segurança alimentar glo- bal em colaboração com parceiros a nível mundial. Neste momento, o mundo está mais perto do que nunca de terminar globalmente com a fome, desnu- trição e extrema pobreza mas permanecem ainda muitos desafios e oportunidades, incluindo a urba- nização, a desigualdade de género, a instabilidade e o conflito, os efeitos das mudanças climáticas e a degradação ambiental. Apesar do nosso pro- gresso coletivo relativamente à segurança alimen- tar e nutrição a nível global nos últimos anos, esti- ma-se que 702 milhões de pessoas ainda vivam em extrema pobreza, enquanto cerca de 800 milhões sofrem de subnutrição crónica e 159 milhões de crianças abaixo dos cinco anos sofram de raqui- tismo. A segurança alimentar não é apenas uma questão económica e humanitária; é igualmente uma questão de segurança já que concentrações de pobreza e fome crescentes deixam os países e as comunidades vulneráveis ao aumento da insta- bilidade, do conflito e da violência. O governo dos EUA, em parceria com outros gover- nos, com a sociedade civil, instituições multilaterais de desenvolvimento, instituições de pesquisa, uni- versidades e o sector privado utilizarão a experiên- cia adquirida até à data para enfrentar esses desa- fios, aproveitar as oportunidades e desenvolver a segurança alimentar e a melhoria da nutrição con- centrando os seus esforços em torno de três objeti- vos inter-relacionados e interdependentes: • O crescimento económico baseado na agricultura inclusiva e sustentável dado que o crescimento no sector agrícola tem demonstrado ser, em algu- mas áreas, mais eficaz do que o crescimento nou- tros sectores no que diz respeito a ajudar homens e mulheres a sair da extrema pobreza e da fome. Isto resulta do aumento da disponibilidade de ali- mentos, da criação de rendimentos a partir da produção, da criação de emprego e de oportuni- dades de empreendedorismo através de cadeias de valor e estimulando o crescimento nas econo- mias rurais e urbanas. • A capacidade de resistência reforçada entre pes- soas e sistemas à medida que impactos e pres- sões cada vez mais frequentes e intensos amea- çama capacidade de homens, mulheres e famílias saírem da pobreza de um modo sustentável. • Uma população bem nutrida, especialmente entre mulheres e crianças já que a desnutrição, particularmente durante os 1.000 dias que decor- rem entre a gestação e o segundo ano de vida de uma criança se traduz em níveis mais baixos de rendimento escolar, produtividade, rendimentos ao longo da vida e taxas de crescimento econó- mico. Através desta abordagem, vamos reforçar os recursos de todos os participantes do sistema de alimentação e agricultura, prestando espe- cial atenção a mulheres, às pessoas em situação de pobreza extrema, aos pequenos produtores, jovens, comunidades marginalizadas e pequenas e médias empresas. Vários elementos-chave da nossa abordagem refor- çam a nossa capacidade de alcançar estes objeti- vos. O primeiro é concentrando os nossos investi- mentos em países e áreas geográficas onde temos o maior potencial para melhorar de forma susten- tável a segurança alimentar e a nutrição e focando estrategicamente os nossos recursos nas aborda- gens e ações onde existem provas da redução em grande escala da pobreza extrema, da fome e da desnutrição. O segundo é a implementação de uma aborda- gem abrangente, multifacetada e “pangovernamen-

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