Cultivar_5_Economia da agua

CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 5 SETEMBRO 2016 66 des do setor. É necessário implementar um con- junto de medidas, entre elas a sazonalidade nos contratos de potência de energia para a agricul- tura de regadio, no sentido de o serviço prestado ser ajustado à atividade. Esta medida de elementar justiça, apesar de relevante para a agricultura, em termos globais representa apenas 2% do consumo total de eletricidade em Portugal (DGEG, 2012). Existe assim um conjunto de medidas que podem ser adotadas, mas que dependem necessariamente de vontade politica. A FENAREG, nesse sentido, pro- põe: • Possibilidade de modificar taxa de potência con- tratada duas vezes ao ano: ter um contrato na época de maior consumo e outro muito inferior nos meses em que não se rega; ou • Pagar pela potência real registada e não pela teó- rica contratada. É também importante desagravar os custos energéticos no setor e possibilitar condições de igualdade com os outros países da União Euro- peia, com preços de energia mais competitivos e onde foram estabelecidas medidas para responder a essa sazonalidade, como França e outros países que estão a avançar nesse sentido, nomeadamente Itália e Espanha. Poderá haver ainda uma solução através da even- tual aplicação do regime de interruptibilidade para as utilizações agrícolas, como é possibilitado à grande industria. É ainda importante existir, em Portugal, um pro- grama específico de apoio à implementação das energias renováveis no setor agrícola. Soluções de autoconsumo para suprir picos de consumo de energia em horas ponta, podem ser bastante efi- cazes. Para além destas medidas de cariz político, existe ainda um conjunto de ações que o setor do regadio pode desenvolver para melhorar a eficiência ener- gética e reduzir a fatura de eletricidade. A FENAREG, com os seus Associados, está a implan- tar nesse sentido um conjunto de medidas de atua- ção, com diferentes prioridades. Realizar auditorias para conhecer o perfil de consumo das estações elevatórias e otimizar faturas através da melhor opção do ciclo horário de tarifário e da adequação de potências ao funcionamento dos equipamentos. A agregação dos interesses dos vários Associados para conseguir melhores contratos de tarifas de for- necimento de energia, avaliando diferentes opções de mercado, nomeadamente o liberalizado é outro passo importante. Procurar opções de investimento para aumentar a eficiência no consumo de energia, quer para miti- gar custos com energia ativa, quer para soluções de autoconsumo, recorrendo às fontes de energia renováveis. Para além destas, pode-se ainda atuar interna- mente sobre o tarifário do fornecimento de água, ajustando-o ao sobrecusto energético dos períodos tarifários de eletricidade, em particular nas horas de ponta. Na temática do equilíbrio do uso da água e da ener- gia, a FENAREG está também envolvida num con- junto de iniciativas, quer a nível nacional, quer internacional. De destacar o WEAM4i – Water and Energy Advan- ced Management for Irrigation 19 , projeto Europeu financiado pela Comissão Europeia no âmbito do 7.º Programa-Quadro. WEAM4i, constituído por 17 parceiros provenientes de 5 países: Portugal, Espa- nha, Alemanha, Holanda e França e que termi- 19 www.weam4i.eu

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