Cultivar_5_Economia da agua

CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 5 SETEMBRO 2016 42 uma melhoria e uma unifor- midade que se revelam fun- damentais para a eficácia da rega e principalmente do consumo de nutrientes. Antes destes investimen- tos em drenagem pontual (nunca na totalidade das parcelas), eramos obriga- dos, para evitar riscos de acama e de atascamen- tos das ceifeiras, a colher o cereal com 28 a 32 graus de humidade à saída do campo, nos meses de outu- bro e novembro, isto levava a um gasto de ener- gia e custos enormes que reduziam drasticamente o resultado da conta de cultura. Hoje, colhemos normalmente a totalidade do milho com 18 a 22% de humidade à colheita, no mês de setembro, sem muitos problemas de colheita. Assim, não deixamos os campos cobertos de rastos e rodados quando começa a chover cedo. Isto é extremamente impor- tante pois a colheita do ano seguinte fica logo com- prometida com este problema do ano anterior . Conseguimos com isto evitar muitas emissões de CO 2 devido à dupla redução de energia na rega e na secagem do cereal. Na tecnologia da gestão da rega, apareceu um grande progresso que foi a trans- missão de dados em tempo real via rádio. Começámos a ter acesso aos dados climáticos, para podermos calcular as evapotranspirações poten- ciais em tempo real, assim como o acesso on-line a todas as sondas de humidade. Passámos a calcular os balanços hídricos para acompanhar em tempo real as necessidades de conforto hídrico e assim pro- mover um aumento da produtividade, utilizando a água estritamente necessária para esse incremento. A automatização dos pivots e das coberturas totais que apareceram para ocupar as parcelas que não se adapta- vam ao formato dos pivots, foi um passo fundamental que permitiu o aumento das distancias a que se encontra- vam os campos do assento de lavoura. Hoje podemos controlar à distancia de cen- tenas de quilómetros e de forma instantânea grandes sistemas de rega que no pas- sado era completamente impossível. Esta economia da gestão da água permitiu o aumento de escala na cultura do milho. O conjunto das nossas explo- rações, passou em 35 anos de cerca de 40 ha para 530 ha, com um raio de controlo de 100 km, onde de forma permanente podemos acompanhar instanta- neamente todos os sistemas de rega, a sua eficá- cia e prontidão. A mão de obra na gestão da rega, passou de 1 trabalhador por 5 ha em 1980, para 1 trabalhador para 250 ha actualmente. Associado a esta automatização conseguiu-se uma diminuição do número de quilómetros percorridos para o con- trolo de todos os sistemas de rega. A vantagem destas tecnolo- gias de gestão são evidentes na possibilidade não só de manter altas as produções, mas principalmente torná- -las homogéneas ao longo dos anos. Estamos hoje, melhor preparados para as alterações climáticas, tão evidentes neste último ano. O grande desafio dos nossos dias é reduzir ainda mais todos os fatores de produção por unidade pro- duzida. Assim, desde 2006, começámos a medir a totalidade dos consumos de input´s por unidade produzida. Temos agora, uma referência com que A automatização dos pivots e das coberturas totais que apareceram para ocupar as parcelas que não se adaptavam ao formato dos pivots, foi um passo fundamental que permitiu o aumento das distancias a que se encontravam os campos do assento de lavoura. Hoje podemos controlar à distância de centenas de quilómetros e de forma instantânea grandes sistemas de rega que no passado era completamente impossível. A vantagem destas tecnologias de gestão são evidentes na possibilidade não só de manter altas as produções, mas principalmente torná-las homogéneas ao longo dos anos. Estamos hoje, melhor preparados para as alterações climáticas.

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