Cultivar_5_Economia da agua

CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 5 SETEMBRO 2016 40 tivemos rapidamente as melhores instalações de secagem e armazenagem do país. As áreas e as produções unitárias de milho aumen- taram. Tínhamos um preço mais alto que o mercado euro- peu e mundial, recebíamos uma ajuda co-finan- ciada ao quilograma produzido. Em 1990, a Companhia das Lezírias vendeu os seus 800 ha de terras do campo da Golegã aos seus peque- nos rendeiros que já faziam melão e tomate e muitos deles reconverteram-se para a produção de milho Foi o grande impulso para os ganhos de rentabilidade no caso do milho. Era possível com duas campanhas pagar a totalidade do investimento da passagem do sequeiro para o regadio. Uma família média de agri- cultores vivia bem com 10 ha de terra de regadio aqui na zona do Vale do Tejo. Uma outra grande revolução na economia das explorações, foi o aparecimento dos primeiros sis- temas de rega “pivots”, que trouxeram a possibi- lidade de conquistar as áreas até aí consideradas marginais, com grandes teores de areia ou argila, e de todos os terrenos não planos. Aumentou-se de forma brusca as produtividades da água pois come- çámos a poder produzir com facilidade 12 a 14 Ton/ ha neste tipo de solos. Com as técnicas de regadio por gravidade estes solos não poderiam migrar para o regadio antes dos pivots, ou quando o faziam os resultados eram decepcionantes. Nessa altura, com o aumento das áreas regadas por gravidade, (com grandes consumos unitários) o len- çol freático da nossa região começou a baixar os seus níveis dinâmicos. Passámos a ter o problema das limitações das bom- bas com eixo horizontal (impossibilitadas de funcio- nar com o nível dinâmico a baixo dos 6 a 7 metros de coluna de água na aspiração). A primeira solução foi abrir poços de 3 a 4 metros para colocar as mesmas electrobombas e as bombas a diesel, para poderem continuar a retirar água quando o nível dinâmico descia para os 8 a 10 metros, principalmente nos finais do Verão. Com o acesso à energia eléc- trica tivemos a possibilidade de utilizar eletrobombas submersíveis. Terminava um dos grandes problemas de eficácia nas regas de asper- são, já que nos finais do ciclo cultural não se conseguia manter as pressões de pro- jeto, ideais para uma rega de qualidade. Antes destes investimentos, assistia-se a grandes quebras nas produções e na regularidade dos sistemas de rega no final do ciclo cultural. Em termos da produtividade da água, foi nesta altura que houve os melhores incrementos. Redu- ziram-se de forma brusca os consumos de água, associados a um aumento da produtividade. Assim podíamos produzir 12 a 14 toneladas de milho com 7000 a 9000 m 3 /ha/ano, foi um aumento de eficá- cia tremendo. Mas nem tudo foram ganhos, já que transferimos grande parte desta eficácia na utiliza- ção da água para consumos em energia eléctrica. A rega de gravidade tem consumos energéticos muito inferiores à rega de aspersão. Nos anos noventa, quando a maioria destes pro- jectos de rega foram executados, o preço da ener- gia eléctrica era muito mais baixo (em termos reais), porque não só o preço base era menor, como a carga fiscal sobre a energia não tinha as proporções que hoje tem (mesmo sem considerar o IVA). A somar a esse baixo preço existia a chamada eletricidade Uma outra grande revolução na economia das explorações, foi o aparecimento dos primeiros sistemas de rega “pivots”, que trouxeram a possibilidade de conquistar as áreas até aí consideradas marginais, com grandes teores de areia ou argila, e de todos os terrenos não planos. Aumentou-se de forma brusca as produtividades da água.

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