Cultivar_4_Tecnologia

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 4 JUNHO 2016 78 duto Interno Bruto da Europa, sendo considerado um setor com grande potencial de crescimento. Na comunicação da Comissão COM (2012) 494 intitu- lada “ Blue Growth opportunities for marine and mari- time sustainable growth” , é apresentado um quadro qualitativo das subáreas que fazem parte deste con- ceito, e da importância relativa em termos de VAB e de emprego, no quadro europeu (ver gráfico 1). Apesar de ser expectável que este panorama evolua rapidamente pela importância crescente dos seto- res emergentes (e.g. biotecnologia azul, mineração marinha, energias renováveis offshore ), a impor- tância relativa das cadeias de valor mais maduras, como a exploração de hidrocarbonetos e os trans- portes marítimos é diferencialmente relevante e tem que ser tomada em conta no quadro de uma estratégia prudente, onde a geração de emprego seja considerada como uma prioridade. 3. A situação em Portugal Enquanto se aguarda pela publicação da Conta Satélite do Mar que está a ser preparada pelo Ins- tituto Nacional de Esta- tística e que começará a estabelecer os instru- mentos que guiarão no futuro a governação do mar, torna-se necessá- rio o recurso a indicado- res parciais e o foco na evolução temporal des- ses indicadores. Os indi- cadores mais relevantes são o Valor Acrescentado Bruto (VAB), a Produção e o Emprego, para um con- junto de usos e ativida- des mercantis da econo- mia do mar. Usando como base as Contas Nacionais (CN) para 2010 e 2011, na nova base 2011, publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística, em setem- bro de 2014, e levando à mesma base os valores anteriores a 2010 (ver detalhes em atualização em março de 2015 do anexo A da Estratégia Nacional para o Mar), podemos concluir que em 2013 a eco- nomia do mar, apenas em termos de efeitos dire- tos, representava cerca de 2,5 % em termos do Pro- duto Interno Bruto (PIB) nacional, e 2,8% em termos do emprego. Individualmente, as atividades que mais contribuí- ram para o VAB, em 2013, foram, por ordem decres- cente, o Turismo e Lazer, os Transportes Maríti- mos, a Pesca, Aquacultura e a transformação do pescado, a Construção, Manutenção e Reparação Naval, as Obras de defesa costeira e a Extração de sal marinho. Comparando com o gráfico 1, verifi- ca-se em particular a menor importância relativa do setor dos hidrocarbonetos em Portugal, da náu- tica, das energias offshore . A importância relativa de toda a economia azul portuguesa é inferior à média europeia, o que não encontra justificação, dada a situação geopolítica do país. Fonte: Relatório da Comissão COM (2012) 494 Gráfico 1 – Valor comparativo de diferentes subáreas da economia azul em termos de VAB e de emprego

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