Cultivar_4_Tecnologia

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 4 JUNHO 2016 50 I&D na Agricultura A importância em termos globais da I&DI no setor agroflorestal, agroindustrial e primeira transfor- mação dos produtos florestais, é de difícil aferi- ção, dada a forma como a informação disponível se encontra organizada, não permitindo uma aná- lise setorial aprofundada. Através dos dados mais recentes disponíveis para o Inquérito ao Poten- cial Científico e Tecnológico (IPCT) procura-se, de seguida, caracterizar algumas especificidades com- parando a situação global com a da Agricultura. Perfil de I&D na Agricultura muito dependente do setor público A despesa em I&D no período 2003 a 2010 regis- tou um decréscimo médio anual de 1,2% na agri- cultura. Este decréscimo resulta da redução da despesa do Estado (-6,7%) e das Instituições priva- das sem fins lucrativos (-6,4%) pois as empresas e o Ensino Superior apresentam crescimento médio anual acima dos 3%. Ao longo deste período veri- fica-se que a despesa em I&D na “agricultura” 10 se mantém em 0,1% do PIB. Quadro 1 – Despesa em I&D por setor de execução (Total e Setor Socioeconómico Agricultura) Setor de execução Total Agricultura 10 3 euros % 10 3 euros % Empresas 1 072 909 48% 21 393 23% Estado 147 150 7% 21 920 24% Ensino Superior 1 008 267 45% 48 859 53% IPSFL 30 145 1% 181 0% Total 2 258 471 100% 92 354 100% Fonte: IPCT 2013 10 O objetivo socioeconómico “agricultura” abrange todas as atividades de pesquisa para promover a agricultura, silvicultura, pesca e produtos alimentares. Inclui pesqui- sas com fertilizantes químicos, biocidas, a luta biológica e mecanização agrícola, estudos que tratam da influên- cia das atividades agrícolas e silvícolas sobre o meio ambiente, bem como as pesquisas para desenvolver a produtividade e tecnologia de alimentos. (Manual de Frascati, OCDE) Com base nos dados do IPCT, a despesa na Agricul- tura voltou a descer de 102 Meuros em 2010 para 92 Meuros em 2012, tendo aumentado de 3,7% para 4,1% o seu peso na despesa total em I&D. Em 2012, a despesa total do país em I&D foi de 2 258 Meuros, dos quais 92,4 Meuros na agricultura. Em relação ao perfil de execução da despesa verifi- ca-se uma elevada dependência da Agricultura do “setor Ensino Superior” (52,9%) e do “setor Estado “(23,7%) ao contrário do que acontece a nível glo- bal, em que as empresas executam 47,5% da des- pesa. Na despesa total em I&D executada pelo Ensino Superior, a Agricultura representa 5%. Esta execu- ção concentra-se no Ensino Superior Público (98%) com 73% realizada pelas Universidades e 25% pelo Ensino Politécnico. No total do país o Ensino Supe- rior privado tem um peso maior (7%) e o Ensino Politécnico fica-se pelos 8% (7% no Público e 1% no Privado). Quadro 2 – Despesa em I&D no setor Ensino Superior, por tipo de ensino Tipo de ensino Total Agricultura 10 3 euros % 10 3 euros % Ensino superior público 937 846 93% 47 884 98% Universitário 847 957 84% 35 707 73% Politécnico 89 890 9% 12 177 25% Ensino superior privado 70 420 7% 975 2% Universitário 58 786 6% 968 2% Politécnico 11 635 1% 7 0,01% Total 1 008 267 100% 48 859 100% Fonte: IPCT 2013 Perfil da execução do setor Estado na Agricul- tura com nível de Investigação Aplicada infe- rior ao total do setor Estado No que respeita à execução pelo setor Estado, o Ministério da Agricultura e do Mar representava 22% do total da despesa executada em I&D. Analisando o perfil da despesa do setor Estado por tipo de investigação, verifica-se um perfil diferente

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