Cultivar_31

Escassez de água na agricultura: uma preocupação global 135 A agricultura é particularmente vulnerável à escassez hídrica, uma vez que é o principal consumidor de água (utilizando cerca de 70% da água captada). O stress hídrico limita o crescimento e a produtividade das plantas, especialmente de culturas como cereais, frutas e hortícolas, que são extremamente sensíveis ao défice de água. Para fazer face a esta situação, os agricultores podem ter de mudar para variedades resistentes à seca ou para culturas menos intensivas em água, o que terá impacto na diversidade alimentar e nos regimes alimentares locais. A escassez de água pode também exacerbar a salinização e a erosão dos solos, conduzindo a uma diminuição a longo prazo da fertilidade dos solos e da produtividade agrícola. A redução da produção agrícola traduz-se em perdas económicas para os agricultores, no aumento dos preços dos alimentos para os consumidores e numa maior instabilidade económica nas zonas rurais6. Chipre é um exemplo típico dos desafios e impactos da escassez de água no contexto mediterrânico7. O país confronta-se com recursos hídricos naturais limitados, agravados por um clima semiárido e secas periódicas. Nas últimas décadas, Chipre registou uma redução significativa da precipitação anual, que afetou os recursos hídricos superficiais e subterrâneos8, com as consequentes implicações para o bem-estar humano e a economia. A extração excessiva de águas subterrâneas levou ao esgotamento dos aquíferos e ao aumento da salinidade, especialmente nas regiões costeiras. A rápida urbanização, o crescimento da população e a expansão da indústria do turismo aumentaram ainda mais a procura de água, sobrecarregando ainda mais os recursos. Neste sentido, é imperativa a utilização de recursos hídricos não convencionais para colmatar os desequilíbrios existentes. Os sistemas avançados de tratamento e reutilização da água, apoiados pela Figura 1 − Indicador Combinado de Seca (CDI – Combined Drought Indicator) na região mediterrânica, baseado num conjunto de indicadores de precipitação, humidade do solo e condições de vegetação, para meados de janeiro de 20243 Figura 2 − Indicador Combinado de Seca (CDI) na região mediterrânica, baseado num conjunto de indicadores de precipitação, humidade do solo e condições de vegetação, para o período setembro- dezembro de 20233

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