Cultivar_30

O melhoramento genético florestal 99 et al., 1988). Tratava-se de um plano de longo prazo, baseado na implementação de vários ciclos de testes genéticos, utilizando métodos de genética quantitativa para avaliar a população de melhoramento e constituir as populações de produção capazes de ir disponibilizando MFR a utilizar na (re)arborização, de forma a permitir a obtenção de material lenhoso de qualidade para alimentar a indústria de serração (PROGEN, 2018). Estava já incluída nesta estratégia o estabelecimento de uma população de conservação para garantir a preservação da variabilidade genética da espécie com o avanço das gerações de melhoramento. Os vários projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) que foram sendo aprovados permitiram o desenvolvimento do programa de melhoramento genético com a identificação de povoamentos produtores de semente da categoria de “selecionada”, o estabelecimento de um ensaio de descendências (Aguiar, 1989), de um ensaio de proveniências (Aguiar et al., 1995) e de um ensaio de estacaria (Carrasquinho et al., 2001), a realização de novas seleções fenotípicas, alargadas à área de distribuição do pinheiro- -bravo no país, o estabelecimento de novos ensaios de descendências, a instalação de pomares seminais e a delimitação de regiões de proveniência (Carneiro et al., 2001). Os vários financiamentos públicos de projetos de I&D contribuíram para o estabelecimento de um conjunto de estruturas físicas no país, nomeadamente, ensaios genéticos, parques e pomares de clones que, geridas pelo INIAV em colaboração estreita com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF I.P.), constituem uma reserva importante em recursos genéticos para as diferentes espécies florestais. Nos últimos anos e de acordo com os inventários florestais nacionais, o pinheiro-manso foi a espécie florestal que apresentou o maior incremento em área arborizada. O aumento reportado revela o interesse que esta espécie tem suscitado junto dos proprietários e resulta não só das medidas implementadas pelos vários Quadros Comunitários de Apoio (QCA) para instalação de novos povoamentos, mas também das características da espécie, como por exemplo, a elevada capacidade de sobrevivência após plantação, a tolerância às secas no verão e às baixas temperaturas ocasionais do inverno (Court-Picon et al., 2004). Estas medidas vieram contribuir para alterar a composição e estrutura do pinhal manso e tornar o pinhão no principal produto de exploração económica. Assim, para além de povoamentos jardinados, mistos de baixas densidades, encontram-se cada vez mais representados os povoamentos jovens, puros e equiénios, com maior densidade arbórea. No final dos anos 80 do século passado, Barreira e Alpuim (1988) delinearam um programa de melhoramento genético para esta espécie, visando o aumento da produção de pinha e do pinhão. Considerou-se como critério de seleção a produção de pinha, avaliada pelo número total de pinhas produzidas e respetivo peso da pinha. É reconhecido que a competitividade de uma fileira passa necessariamente pela utilização de material florestal de reprodução (MFR) de qualidade genética. A procura crescente de MFR face às necessidades para instalação de novos povoamentos impulsionou o desenvolvimento de atividades ligadas ao melhoramento genético. Assim, através de projetos financiados pelo PAMAF -Programa de Apoio à Modernização Agrícola e Florestal e pelo PIDDAC - Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central, iniciou-se a identificação de povoamentos bons produtores de pinhas, de árvores com elevadas produções (árvores plus), o fomento da enxertia para a instalação de pomares produtores de pinhão, a demarcação de regiões de proveniência para regularizar a circulação e comercialização dos MFR, o estabelecimento de ensaios de proveniências para estudar a variabilidade genética. Cerca de 60 árvores foram selecionadas fenotipicamente e instaladas, por multiplicação vegetativa, em dois parques clonais, atualmente registados no Catálogo Nacional dos Materiais de Base. Mais tarde, com os projetos financiados pelo Programa AGRO e pelo Fundo Florestal Permanente, avançou-se com o estabelecimento de uma metodologia de seleção de novas árvores plus (Carrasquinho

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