Cultivar_30

93 O melhoramento genético florestal MANUEL LOUREIRO (GPP, coord.), com contributos de RITA LOURENÇO COSTA (INIAV, I.P.); JOSÉ ALEXANDRE ARAÚJO (RAIZ); SUSANA CARNEIRO, PEDRO TEIXEIRA e MARGARIDA MENDES SILVA (Centro PINUS); ISABEL CARRASQUINHO (INIAV, I.P.); FILIPE COSTA E SILVA (ISA); ANA USIÉ E LILIANA MARUM (CEBAL); LUÍS LEAL (ALTRI); CRISTINA SANTOS, ANA ALMEIDA e JOSÉ MANUEL RODRIGUES (ICNF, I.P.) Sendo a floresta uma importante componente do mundo rural não poderia ficar excluída deste número da Cultivar, ainda que o tema, nesta componente específica, desse por si só matéria para uma edição completa. Assim sendo e com o objetivo de dar a conhecer o trabalho que se tem vindo a desenvolver neste contexto do melhoramento genético florestal, foram contactadas diferentes entidades e investigadores ligados aos diversos subsetores, solicitando que, de forma muito sucinta, nos relatassem os desenvolvimentos recentes que tem havido no processo de melhoramento e sua ligação à produção florestal nacional. O melhoramento genético florestal é uma ferramenta que visa a obtenção de indivíduos mais vantajosos em relação aos seus progenitores, relativamente a determinadas características que são valorizadas, nomeadamente a nível de sanidade, qualidade e produtividade. A sua evolução está muito ligada à taxa de crescimento das respetivas espécies, o que origina que as atividades de melhoramento florestal demorem muito tempo a produzir resultados, comparativamente com as espécies agrícolas. Pode mesmo acontecer que tais atividades sejam inexistentes relativamente a algumas espécies ou sejam abandonados os trabalhos entretanto desenvolvidos, também por falta de continuidade dos financiamentos. Também neste setor, as formas empíricas que ao longo dos tempos foram sendo utilizadas tiveram um impulso com as descobertas de Mendel e da genética moderna, nomeadamente, nas áreas da genética quantitativa, das populações, e molecular. No nosso país, são vários os exemplos que foram surgindo ao largo do século XX, em que de forma mais sistematizada se iniciaram estudos e trabalhos com vista ao melhoramento genético de espécies florestais, quer com objetivos de qualidade da produção quer com objetivos de resistência a doenças, associando organismos da administração pública, universidades, empresas e mesmo organizações setoriais. Foi o caso do professor Joaquim Vieira Natividade que, em 1945, concebeu as “Bases Para um Plano de Reconstituição, Valorização e Defesa dos Soutos Portugueses”, com o objetivo principal de vir a produzir castanheiros resistentes à doença da tinta dos castanheiros que, na época, dizimava os soutos nacionais. Outras espécies foram objeto de estudos de melhoramento genético com o objetivo de aumentar a

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