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Técnicas genómicas: prós e contras 65 destas tecnologias e variedades delas decorrentes é um contributo extremamente importante para o melhoramento vegetal europeu, uma vez que na UE este setor é constituído essencialmente por PME (mais de 50% das empresas obtentoras de novas variedades). Estando previstos no Pacto Ecológico Europeu/ Estratégia do Prado ao Prato, os produtos NTG têm o potencial de contribuir para sistemas agroalimentares sustentáveis, onde será mais rápido o desenvolvimento de variedades novas ou melhoradas, mais resilientes, que se adaptem melhor aos efeitos das alterações climáticas, com melhor resposta a ataques de pragas e doenças. As vantagens destas tecnologias, como a utilização reduzida de outros fatores de produção, o aumento de tempo de prateleira do produto (com menor desperdício alimentar) e o aumento da segurança alimentar (menos alergias e intolerâncias alimentares), devem estar disponíveis, o quanto antes, para os consumidores europeus. Desta forma, porque somos a favor da preservação do meio ambiente e dos sistemas agroalimentares, acreditamos nas variedades melhoradas, mais rentáveis para o agricultor e menos exigentes em fatores de produção (produtos fitofarmacêuticos, fertilizantes, água) e acreditamos que as NTG podem ter um papel fundamental na sustentabilidade e na biodiversidade do setor agroalimentar. 3. Quais as principais questões de natureza ética e social colocadas pelas técnicas genómicas na produção agroalimentar? Existem vozes contra estas tecnologias que alegam que a utilização destas técnicas condiciona a liberdade de escolha do consumidor e poderá ameaçar a existência de variedades tradicionais. Importa esclarecer que a evolução varietal das espécies utilizadas na agricultura é uma realidade antiga. Com o estabelecimento dos primeiros sistemas agroalimentares, o Homem começou a selecionar as plantas que pretendia propagar e a interferir assim com a composição genética dos ecossistemas. Há aliás espécies, como por exemplo o milho que é base da alimentação mundial, que não existiam na natureza, tendo sido desenvolvidas pelo ser humano a partir de outras, mais rudimentares. Conforme referido anteriormente, estas técnicas dão origem a variedades completamente indistintas das variedades obtidas por técnicas de melhoramento convencional, consistindo apenas num acelerar de resultados. Nunca antes foi exigido, por parte do consumidor, o conhecimento da técnica que deu origem a determinada variedade. Não se questiona o aparecimento de frutos sem caroço ou de tomate cherry… Quanto à conservação de variedades tradicionais, o setor das sementes é talvez o setor de atividade que mais tem contribuído para a preservação dos recursos genéticos vegetais, que são afinal, a matéria-prima da atividade dos nossos Associados. Esta conservação é feita em locais próprios, através de técnicas específicas. A manutenção de variedades tradicionais de hortícolas em Portugal tem sido assegurada (financiada e promovida) pela ANSEME. O desenvolvimento e uso de novas variedades, mais competitivas, não invalida a conservação de recursos genéticos vegetais. Na nossa opinião, as questões levantadas contra a introdução das variedades obtidas por NTG na produção agroalimentar, são perfeitamente infundamentadas. Em resumo, entendemos que as Novas Técnicas Genómicas são fundamentais para aumentar a competitividade do setor agroalimentar europeu, para garantir a segurança alimentar na União Europeia e para promover o alcance das estratégias do Prado ao Prato e do Pacto Verde, mitigando o impacto das alterações climáticas na produtividade agrícola.

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