42 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 30 ABRIL 2024 – Melhoramento e técnicas genómicas atingir os objetivos da Estratégia do Prado ao Prato. E essa disponibilidade não deverá existir nos próximos 10 a 15 anos” – pelo que o potencial das NTG para reduzir a utilização de pesticidas “parece ser atualmente quase nulo”.14 Estas conclusões têm por base uma análise que relacionou os objetivos de desenvolvimento sustentável da UE com as características relevantes das plantas e analisou a investigação existente com plantas cultivadas NTG para verificar se as características pretendidas poderiam cumprir aqueles objetivos. Os investigadores centraram-se nas características de tolerância à seca e de resistência a doenças fúngicas. Verificaram que não existem no mercado plantas NTG com tolerância à seca. No que diz respeito à resistência a doenças, não existe nenhuma planta NTG prestes a ser comercializada capaz de resistir a mais do que um fator de stress ou a diferentes ambientes – o que é vital para a resiliência no terreno. Os investigadores concluíram que o desenvolvimento de novas plantas GM não será suficiente para atingir os objetivos de sustentabilidade da UE. E que, para tal, será necessário recorrer a várias medidas agrícolas, cujo desenvolvimento exigirá uma “atenção e esforços de investigação comparáveis” aos atualmente aplicados às plantas NTG.15 14 https://www.foodwatch.org/fileadmin/-INT/pesticides/2023-01-30_foodwatch_Pesticides_and_NGTSs.pdf 15 https://www.mdpi.com/2223-7747/11/2/212/htm 16 https://www.nature.com/articles/513292a 17 https://agrilifetoday.tamu.edu/2013/04/10/new-cowpea-varieties-offer-promise-in-south-africa-other-parts-of-the-world/ 18 https://www.syngentagroup.com/en/our-stories/syngenta-expands-arsenal-in-the-global-battle-against-a-tomato-virus Em contrapartida, o melhoramento convencional já conseguiu desenvolver culturas com características desejáveis, como a tolerância à seca e a resistência a doenças. Por exemplo, o projeto Drought Tolerant Maize for Africa (Milho tolerante à seca para África) desenvolveu 153 novas variedades para melhorar a produtividade em 13 países. Em ensaios de campo, estas variedades igualam ou excedem as produtividades das sementes comerciais em condições de boa pluviosidade e produzem até 30% mais em condições de seca.16 Foram desenvolvidas novas variedades de feijão-frade com elevada tolerância ao calor e à seca.17 E a Syngenta desenvolveu tomates resistentes a vírus, recorrendo a melhoramento convencional acelerado por SAM. A Syngenta declarou: “No passado, a investigação e o desenvolvimento de uma variedade resistente ao vírus podiam demorar até 10 anos. No entanto, os investigadores da Syngenta conseguiram condensar o processo para menos de três anos, o que resultou da identificação de fontes de resistência ao vírus nas linhagens de sementes existentes na empresa.”18 Além disso, quando se trata de sustentabilidade e resiliência face às alterações climáticas, a genética é apenas parte da solução. Não basta concentrarmo-nos em características isoladas – são os sistemas agrícolas que dão sustentabilidade e resiliência. O Farming Os investigadores concluíram que o desenvolvimento de novas plantas GM não será suficiente para atingir os objetivos de sustentabilidade da UE. Em contrapartida, o melhoramento convencional já conseguiu desenvolver culturas com características desejáveis, como a tolerância à seca e a resistência a doenças. Além disso, quando se trata de sustentabilidade e resiliência face às alterações climáticas, a genética é apenas parte da solução. Não basta concentrarmo-nos em características isoladas – são os sistemas agrícolas que dão sustentabilidade e resiliência.
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