Cultivar_30

As Novas Técnicas Genómicas – inovação ao serviço da agricultura e do planeta 27 A generalidade do mundo científico, incluindo muitos laureados com o Prémio Nobel, e a maioria da opinião pública expressou-se então a favor da criação de um quadro regulamentar específico para as NTG. Origens da resistência à inovação com técnicas genómicas na UE Antes de passarmos a analisar a situação atual do debate das propostas da Comissão Europeia, é importante tentar compreender por que razão na UE persiste tanta resistência à utilização de OGM, e alguns insistem que as NTG devem continuar a ser tratadas como OGM. De um ponto de vista racional, parece-me difícil argumentar que as plantas geneticamente modificadas constituem um risco para a saúde humana, ou para o ambiente. Há 40 anos foram introduzidas nos EUA as primeiras plantas OGM, cuja utilização se espalhou pelo mundo, da América do Sul à Ásia, e mais recentemente a África. Muitas culturas são hoje maioritariamente OGM à escala mundial. Tantos anos passados, e com tanta prevalência, e não há registo de qualquer efeito nocivo para a saúde. Mesmo no que diz respeito a alergias, estudos mostram que não há um problema específico dos OGM. A diabolização dos OGM em boa parte da UE foi feita utilizando os ingredientes fortes de campanhas de condicionamento da opinião pública: criar medo, espalhar obscurantismo. A criação de medo centrou-se em admitir a possibilidade de a utilização de genes exteriores à espécie poderem alterar o genoma humano. Aliás, o mesmo tipo de condicionamento foi utilizado, desta feita com muito pouco sucesso, para desaconselhar o uso de vacinas mRNA contra a Covid-19. O obscurantismo destas posições é claro em ambos os casos e, em particular no caso das plantas utilizadas na alimentação, é relativamente simples de compreender, pois todo o material genético absorvido é previamente digerido, não tendo qualquer viabilidade para suscitar alterações genéticas. Talvez no caso das plantas, com impacto direto na alimentação, tenha havido sobretudo um cálculo de prudência (injustificada) numa parte da opinião. Não vendo qualquer vantagem em comprar produtos com OGM, e influenciados por campanhas negativas, muitos consumidores preferem não o fazer. Na verdade, a utilização de OGM beneficiou sobretudo o setor agrícola, reduzindo custos. Por exemplo, as culturas transgénicas tolerantes a herbicidas ajudam os agricultores a controlar as ervas daninhas sem danificar as plantações. Quando os agricultores usam essas culturas tolerantes a herbicidas, não precisam de lavrar o solo, o que normalmente fazem para se livrar das ervas daninhas. Esse plantio direto ou sementeira direta ajuda a manter a saúde do solo e a reduzir o uso de combustível e mão de obra. A grande vantagem das NTG em relação aos OGM na opinião pública é que não utilizam material genético exterior à espécie, tornando ainda menos credível o argumento de que poderiam alterar o nosso genoma. Uma pequena observação adicional sobre os eventuais impactos ambientais: se já na aprovação de OGM é obrigatória a análise de eventuais impactos ambientais, com as NTG os riscos diminuem. De qualquer forma, não foram sobretudo os eventuais impactos ambientais que moveram a maioria da opinião pública nestes casos. O potencial das NTG para defesa do ambiente e do clima A disponibilidade de plantas melhoradas com NTG tem um grande impacto na economia do setor, na defesa do ambiente e na adaptação e mitigação das … a utilização de OGM beneficiou sobretudo o setor agrícola, reduzindo custos. Por exemplo, as culturas transgénicas tolerantes a herbicidas ajudam os agricultores a controlar as ervas daninhas sem danificar as plantações. Quando os agricultores usam essas culturas tolerantes a herbicidas, não precisam de lavrar o solo … Esse plantio direto ou sementeira direta ajuda a manter a saúde do solo e a reduzir o uso de combustível e mão de obra.

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