Cultivar_30

Melhoramento genético de plantas no INIAV-Elvas 111 do território nacional e em zonas similares da bacia mediterrânica. Pode dizer-se que a variabilidade natural ainda está a alimentar os programas, nomeadamente no caso de espécies autogâmicas como é o caso do trevo-subterrâneo ou das serradelas. Relativamente às espécies alogâmicas (leguminosas e gramíneas) são seguidos esquemas de melhoramento baseados em materiais igualmente recolhidos na natureza e seguindo o método de seleção massal durante 6 a 9 anos até ser obtida uma população estável. As plantas crescem em isolamento para evitar a fecundação cruzada. Na sequência da execução dos programas de melhoramento de leguminosas e gramíneas pratenses, o INIAV-Elvas tem inscritas no CNV as variedades Arga (biserrula), Lentisca (carrapiço), Revilheira (Luzerna- -debarril), Atalaia (luzerna-doliata), Ara (serradela), Cetus (serradela-brava), Davel, Romel, D. Pedro, D. Dinis e D. Sancho (trevo-subterrâneo), Enigma (trevo- -rosa), Mamede (trevo-da-pérsia), Ariel (festuca-alta) e Delta1 (Panasco). Em fase de candidatura estão ainda variedades de cada um dos seguintes trevos anuais: bersim, trevo-istmocarpo e trevo-aglomerado. 5. Sistemas de produção de olival O olival tem uma enorme importância nas regiões com caraterísticas mediterrânicas, existindo em plena produção um número muito elevado de materiais autóctones. No INIAV-Elvas, estabeleceu-se em 2012 a Coleção Portuguesa de Referência de Oliveira, com o objetivo de preservar e estudar a diversidade intra e intervarietal. A caracterização morfológica e molecular tem permitido a identificação primária das variedades autóctones, sendo o INIAV o proponente pela inscrição de 65 variedades no Registo Nacional de Variedades Fruteiras. O Programa de Melhoramento Genético da Oliveira por Hibridação teve o seu início em 2003. Na criação de diversidade genética tem sido utilizada a polinização livre e a polinização controlada. Após a germinação e a forçagem do crescimento, as plântulas são, individualmente, avaliadas e selecionadas nomeadamente pelo rendimento em gordura e a entrada em produção. Na etapa seguinte, os melhores genótipos são avaliados em olival intensivo e em olival em sebe conjuntamente com os progenitores. Na etapa final do processo de seleção, onde já se encontram os melhores da primeira geração, os candidatos são cultivados em olival comercial para confirmar a sua performance agronómica. Em resumo, conclui-se que a forma de organização dos programas de melhoramento das distintas culturas/espécies que são dinamizados pelo INIAV-Elvas tem permitido traçar objetivos específicos de acordo com as caraterísticas das espécies e com os fins a que se destinam, marcando um caráter dinâmico em que, em cada ciclo de crescimento, se encontram todas as fases do processo, ou seja, (i) criação de nova variabilidade genética, (ii) seleção de materiais segregantes contemplando essencialmente caraterísticas de heritabilidade alta, (iii) seleção massal em populações naturais, (iv) avaliação de caraterísticas quantitativas, como produtividade, qualidade, adaptação, persistência e outras, ocupando anualmente mais de 25 000 parcelas. Estima-se que, por cada nova variedade inscrita no CNV tenham sido observadas 10 000 novas linhas e recolhidos mais de 100 000 dados referentes a esses materiais o que revela o caráter absorvente desta atividade. Para as variedades inscritas e em processo de comercialização, o INIAV-Elvas é ainda responsável pela seleção de manutenção dessas variedades, no sentido de garantir a sua homogeneidade e estabilidade (obrigação imposta pela DGAV - Direção-Geral de Alimentação e Veterinária). Por fim, a produção de semente de categoria pré-base (primeira categoria de semente certificada) ocupa anualmente cerca de 30 ha onde as parcelas de multiplicação são rigorosamente acompanhadas. A semente colhida é processada em instalações próprias e sujeita a certificação pelo mesmo serviço oficial. As sementes desta categoria são fornecidas às empresas detentoras dos direitos de exclusividade que as multiplicam e comercializam, obrigando-se a pagar royalties sobre a quantidade de semente vendida. As equipas do INIAV-Elvas assumem ainda a inclusão nos programas de melhoramento de atividades

RkJQdWJsaXNoZXIy MTgxOTE4Nw==