Cultivar_3_Alimentação sustentável e saudávell

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 3 março 2016 84 res, com implicações difíceis de prever para a sus- tentabilidade do sector a médio prazo. Em 2008 importaram-se 31,5 mil toneladas, num total de 184,2 milhões de euros, quando em 2014 entraram 28,8 mil toneladas, num valor de 105,3 milhões de euros (preços médios de 5.831 e 3.664 euros/ tonelada, respetivamente, ou seja, um decréscimo em 37% do preço médio). Os principais fornecedores foram a Holanda (56,7%), Espanha (14,3%) e Suécia (10,1%). Nos casos da Holanda e da Suécia, estão ocultadas as verda- deiras origens, terceiras, dado que a mercadoria é “nacionalizada” no porto de Roterdão, tal como referido para o bacalhau congelado, passando a ser contabilizada como comunitária, enquanto muito do peixe que é proveniente de “fornecedores” sue- cos é efetivamente norueguês ou, eventualmente, russo. Importantes são ainda os contingentes provenien- tes da China (9,4%), neste caso essencialmente des- fiado e pedaços, e Dinamarca (5,4%), onde de novo se ocultam produções norueguesas. Neste contexto, não é de estranhar o quase desa- parecimento da Noruega enquanto fornecedor ofi- cial de referência da nossa indústria, caindo das quase 40 mil toneladas em 1994 para as meras 530 toneladas em 2014. Anteriores considerações onde, apesar de tudo, se entendiam ser esta uma situação conjuntural, carecem ser retificadas, dado que o peixe salgado norueguês faz tempo que tem entrado na UE quase inteiramente pela Suécia e Dinamarca, com benefícios pautais associados. Bacalhau Salgado Seco É, por natureza, uma apresentação quase exclu- sivamente destinada ao consumo final, embora a indústria transformadora nacional possa ser um dos destinos intermédios: reembalamento, postea- mento, demolha, etc. Por razões óbvias, em toda a cadeia de valor, tem sido esta a componente que o subsector nacional de salga e secagem menos con- trola e aquela que lhe faz mais concorrência direta, dado ser dominado essencialmente pelas cadeias do grande comércio grossista e retalhista nacional por um lado, e dos produtores externos (noruegue- ses em sua maioria), por outro. Durante o ano de 2008 entraram em Portugal 13,7 mil toneladas de bacalhau salgado seco (94,3 milhões de euros). Em 2014 a importação ascen- deu a 29,3 mil toneladas (145 milhões de euros. Gráfico 4.1 – Evolução da Importação de Bacalhau Salgado Seco  4. Total Geral  1. Sub-Total UE  3- Sub-Total PT  Noruega  Islândia 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 Quantidade (ton)

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