83 Indústria agroalimentar – Nozes! TIAGO COSTA Diretor executivo da Nogam* A indústria agroalimentar representa um importante motor para a economia do país, tendo um papel estruturante ao disponibilizar alimentos aos consumidores e matéria-prima para diferentes indústrias, estabelecendo novos postos de trabalho diretos e indiretos, com um peso relevante nas exportações, contribuindo para equilibrar a balança comercial com o exterior e para o fornecimento de produtos de qualidade, de origem nacional. Engloba várias atividades desde a produção, o processamento, a transformação industrial e a distribuição de produtos agrícolas e os seus derivados. O setor em Portugal está bem desenvolvido e em crescimento, tendo aproveitado a disponibilidade de água, nomeadamente fazendo uso de investimentos públicos de relevo (de que o Alqueva é o exemplo mais representativo e que urge replicar), com as condições de solo e de clima adequadas para a produção de vários tipos de produtos, alguns dos quais estão associados a estilos de vida saudáveis, a uma alimentação equilibrada e à dieta mediterrânica, características valorizadas pelos consumidores e que contribuem para a competitividade do setor nos mercados internacionais. Um setor agroindustrial sólido e bem estruturado é essencial para assegurar soberania e segurança alimentar, ordenamento do território, crescimento económico, produção sustentável e circularidade. E é um componente essencial da agricultura moderna, permitindo acrescentar valor à matéria-prima e gerar rendimento adicional. Tem um papel importante na redução do desperdício, sendo também fundamental para que o consumidor pague o preço que lhe assegura uma relação custo-benefício ajustada. Num contexto de incerteza, com escassez de mão de obra, a inflação e as taxas de juro em valores elevados, e com as disrupções que se têm sucedido desde a pandemia, com a guerra da Ucrânia em destaque, continua a haver muita pressão nas cadeias de abastecimento de vários produtos, porventura criando cortes no fornecimento e deixando prateleiras vazias nos supermercados. Sai assim reforçada a necessidade de se pensar este setor, e os seus subsetores, de uma forma estratégica no sentido de garantir a soberania alimentar, nas várias áreas em que tal seja possível, e assegurar cadeias logísticas mais curtas, tornando o setor mais resiliente, com maior capacidade de resistir a choques futuros. Esta mudança de * https://www.nogam.pt/pt/
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