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Indústria de conservas de peixe em Portugal – Um setor de futuro 73 deixada pelo peixe provém fundamentalmente do combustível dos barcos. A pesca representa apenas 4% de emissões, de acordo com artigo publicado em 20182 e o tipo de pescado usado para as conservas representa apenas 2% das já baixas emissões associadas à pesca de espécies selvagens. Dada a importância do pescado selvagem para o setor, o foco de todos os atores deve ser assegurar que não há sobrepesca para que se garanta a sobrevivência abundante das espécies. Estamos convictos de que o avanço é alcançado por meio do diálogo e, eventualmente, pela implementação de regulamentos e legislação racionais acordados. A associação e a colaboração com organizações internacionais para promover a melhoria em todos os níveis da indústria dos produtos do mar é um ponto fulcral do compromisso de sustentabilidade do setor. Torna-se também imperiosa uma educação comportamental ao consumidor, para que seja o primeiro a exercer pressão junto do fabricante no sentido de garantir a sustentabilidade dos seus produtos. 2 “Fuel Use and greenhouse gas emissions of world fisheries”, 2018, Nature, disponível em: https://www.nature.com/articles/s41558-018-0117-x 2. Complexidade da cadeia de abastecimento A natureza global da cadeia de abastecimento da indústria alimentar introduz complexidades relacionadas com transporte, armazenamento e distribuição. Deste modo, as fortes parcerias na logística de entrada e de saída dos produtos, por forma a rentabilizar a distribuição, são um fator determinante. Movendo-nos num setor altamente competitivo, o efeito de escala é importante, sendo efetivamente uma vantagem competitiva o caráter exportador da indústria conserveira. 3. Preferências do consumidor As preferências dos consumidores estão em constante evolução impulsionadas por tendências de saúde, escolhas alimentares, denominações de origem e modos de apresentação do produto. É importante monitorizar novos produtos e tendências nos mercados se queremos ir ao encontro dos consumidores e assegurar que produzimos o que o mercado procura. Neste sentido, a inovação é fundamental. Temos de assegurar estar a par das últimas tendências para poder manter a nossa competitividade no setor alimentar. O consumidor é cada dia mais exigente e é a chave para o sucesso do negócio. Alterações nas gamas de produto ou nas embalagens são a maior parte das vezes lideradas pelos gostos dos consumidores, pelo que é fundamental a indústria manter-se up to date com as tendências do consumo, monitorizando constantemente a oferta das grandes cadeias de retalho, assim como ser criativa, explorando novas opções na melhoria dos seus produtos. 4. Globalização e avanços tecnológicos Embora a globalização ofereça oportunidades para mercados expandidos, também traz desafios como diferenças culturais, padrões desiguais nas normas de qualidade e de segurança alimentar, custos de mão de obra mais baixos e competitividade desigual entre diferentes regiões. Em Portugal e na Europa, Sardinha ibérica candidata novamente à certificação MSC O MSC – Marine Stewardship Council (https:// www.msc.org/) é um dos mais importantes padrões internacionais de pesca sustentável, talvez o mais reconhecido pelos retalhistas e, por conseguinte, pelos consumidores a nível global. Para a indústria conserveira, é um desafio a utilização de peixe com um selo de sustentabilidade, daí ser tão importante que a pescaria da sardinha em Portugal possa recuperar este selo. Toda a cadeia de custódia está agora unida, a trabalhar em conjunto para uma certificação conjunta da sardinha ibérica, com o eco-rótulo MSC.

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