Cultivar_29

24 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 29 DEZEMBRO 2023 – Indústria agroalimentar competências a integrar e que podem ser estruturadas em três categorias: manuais, cognitivas e as chamadas soft skills, as “competências humanas”, sendo que as competências digitais implicam uma abordagem transversal. As competências cognitivas representam a categoria cuja importância relativa na produção alimentar e na logística tenderá mais a aumentar em resultado da implementação de sistemas automatizados e digitalizados. Relacionam- -se com a capacidade de pensar, agir e comunicar, o que dá relevância à leitura, à escrita e ao cálculo enquanto competências centrais. Mesmo numa indústria 4.0 a tecnologia, de forma isolada, não é uma solução, é uma facilitadora. Significa isto que sem mão de obra devidamente qualificada será muito difícil atingir todo o potencial da tecnologia; é aqui que entroncam as competências humanas. Ou seja, o conhecimento e a experiência dos processos, dos materiais e das suas combinações, de forma a explorar todo o potencial de produção de alimentos seguros e de qualidade e de melhoria dos processos. Nesta era industrial, as competências humanas ganham uma nova dimensão, em particular ao nível do ajustamento das tecnologias automatizadas e dos melhores níveis de desempenho. Antecipa-se assim que as competências dos futuros trabalhadores da indústria alimentar 4.0 possam vir a ser ilustradas pelos seguintes exemplos: um “super-técnico” altamente especializado, com competências adequadas ao nível das tecnologias de informação, da capacidade de interpretar as necessidades emergentes do processamento alimentar moderno e da alta propensão para a mudança. Capaz de lidar com cenários de crescente complexidade e assumir mais responsabilidades. Dominar um conjunto de competências mais amplo e ser flexível para alternar entre diferentes tarefas. Saber lidar com o sentido de controlo externo, devido aos fluxos de dados online e em tempo real. As oportunidades de emprego mudam constantemente. Para que as pessoas estejam em condições de encontrar novas oportunidades de trabalho, a sua base de competências deve ser atualizada. Por conseguinte, o tecido empresarial e o sistema de ensino devem encontrar formas de promover a aprendizagem contínua e o reconhecimento das competências dos trabalhadores. Isto vai para além da indústria agroalimentar. O futuro deve ser colaborativo Atribuída a um provérbio africano, a frase “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo” dá o mote para a forma como deve ser enfrentado o futuro da produção e distribuição alimentar. Os ambiciosos objetivos de sustentabilidade só podem ser alcançados se todos os intervenientes trabalharem em conjunto. A cadeia alimentar global é um sistema longo e complexo, com múltiplos intervenientes envolvidos muito antes de um agricultor lançar uma semente no solo e muito depois de um consumidor ingerir um alimento. A indústria agroalimentar está no centro de muitos destes circuitos e, como tal, tem um papel vital de coordenação com os atores a montante e a jusante da cadeia alimentar. Para preparar os sistemas alimentares do futuro, precisamos de parcerias mobilizadoras entre agricultores, sociedade civil, decisores políticos e empresas de vários setores. Mesmo numa indústria 4.0 a tecnologia, de forma isolada, não é uma solução, é uma facilitadora. Significa isto que sem mão de obra devidamente qualificada será muito difícil atingir todo o potencial da tecnologia; é aqui que entroncam as competências humanas. Os ambiciosos objetivos de sustentabilidade só podem ser alcançados se todos os intervenientes trabalharem em conjunto. A cadeia alimentar global é um sistema longo e complexo, com múltiplos intervenientes envolvidos muito antes de um agricultor lançar uma semente no solo e muito depois de um consumidor ingerir um alimento.

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