Cultivar_29

10 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 29 DEZEMBRO 2023 – Indústria agroalimentar benefícios para a saúde deste tipo de alimentos, bem como ao facto de serem produtos “prontos a comer” num tempo em que ninguém tem tempo. No entanto, enumera logo de seguida os desafios que a indústria enfrenta, os quais são, aliás, extensivos a outros setores: sustentabilidade a vários níveis, complexidade da cadeia de abastecimento, mutabilidade nas preferências dos consumidores, oportunidades e constrangimentos da globalização e necessidade de evolução tecnológica, escassez não só de mão de obra, mas também de muitas matérias-primas, dimensão das empresas e competitividade, marcas brancas vs. marcas próprias. Martin Stilwell, do Grupo HIT, descreve sumariamente a história da indústria do tomate em Portugal, centrando-se em seguida na evolução do setor até ao presente e apresentando números para área plantada, número de produtores, produtividade, produção e transformação, bem como exportação/ comercialização e consumo de tomate e derivados do tomate, sublinhando o crescimento dos produtos de maior valor acrescentado. O autor tece considerações sobre a importante relação entre produtores e transformadores e conclui falando sobre o futuro do setor em Portugal e no mundo, assinalando os desafios existentes, mas também as possíveis soluções. No artigo de Tiago Costa, da Nogam, depois de uma breve contextualização das condições atuais da agroindústria nacional e da importância do setor sob múltiplos pontos de vista, o autor fala da capacidade de resposta aos desafios que surgem constantemente, e da necessidade de investir na internacionalização, na profissionalização, na tecnologia e na gestão da informação. Narra depois o percurso da empresa desde a sua criação, com uma forte aposta, por um lado, na satisfação das novas tendências de consumo e da procura de alimentos mais saudáveis e mais sustentáveis e, por outro lado, na tecnologia e na digitalização, sem esquecer o combate a todas as formas de desperdício. Pedro e Álvaro Mendonça fazem uma descrição pormenorizada da evolução do Complexo Agroindustrial do Cachão (CAICA), nas décadas de 1960 e 70, sublinhando o importante contributo que deu para o desenvolvimento não só agroindustrial, mas também social de uma região então muito atrasada. Salientam a personalidade de Camilo Mendonça como mentor e motor de todo o projeto e referem o papel central dos chamados Grémios da Lavoura, e da respetiva Federação do Nordeste Transmontano então constituída, bem como da colaboração estreita com a rede de cooperativas da região. O Plano Integrado elaborado incluía: agricultura e pecuária; industrialização; regadio; mecanização; meios humanos e aspetos sociais. Em epílogo, os autores explicam algumas das razões que levaram ao fim do projeto. A concluir esta secção, o artigo de João Marques, do GPP, procura dar um panorama sucinto de como as políticas de fomento agroindustrial foram sendo aplicadas em Portugal desde a adesão à então CEE, quando a PAC passou a ser o principal instrumento de política para esse fomento. Após sintetizar a evolução da PAC e da sua aplicação em Portugal, o autor apresenta, para cada um dos sucessivos Quadros Comunitários de Apoio, a estrutura de base, a componente de apoio à agroindústria, uma caraterização muito sintética daquilo em que consistiu esse apoio e um quadro resumindo os resultados obtidos, em termos absolutos e em termos de peso no apoio total ao desenvolvimento rural. A secção Leituras abre com uma apresentação do recém-lançado Observatório de Preços da Cadeia de Valor Agroalimentar. Segue-se uma recensão do livro Criar (mais) valor na vinha e no vinho – casos de um ecossistema competitivo, sobre este importante setor agroindustrial, e conclui-se com uma análise de um documento de trabalho pioneiro do Ministério da Agricultura, Complexo Agroindustrial – Análise da Interdependência. Melhorar a nutrição dos idosos através da nanotecnologia, Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) www.inl.int

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