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Investimento e outras questões na gestão agrícola 77 Organização de meios Face a uma rápida evolução das áreas, à sua dispersão geográfica e a uma grande concentração dos tempos de trabalho, recorremos a empresas de prestação de serviços de máquinas agrícolas e transportes com as quais a Valinveste estabeleceu relações fortes e dura- douras. De preferência, optámos sempre que possível por empresas locais. O ditado “ quem não tem carros nem bois ou vai antes ou depois ” não se fez sentir e essas empresas aportaram muitas vezes importantes ensinamentos sobre as práticas da região. Assim, a produção foi encarada como uma cadeia com vários elos, sendo o papel fundamental da Valinveste a sua coordenação. Além do investimento inicial, o res- tante investimento é canalizado para áreas que não ponham em causa a coesão do conjunto. Conhecimento e inovação Investimos em mais de 70 explorações. Outros tan- tos proprietários, encarregados, centenas de traba- lhadores diferentes trazem muito conhecimento do país agrícola, novas ideias, processos e mentalidades diferentes. Ao mesmo tempo, procuramos sempre estar atentos a todas as ferramentas inovadoras que ano após ano surgem no mercado: novas moléculas, genética, equipamentos, legislação, processos de tra- balho. Visitamos outros países: Espanha, França, Ale- manha, Holanda, Roménia, Inglaterra, Hungria, Chile, Estados Unidos, Tunísia, Moçambique, procurando outras abordagens, mas tendo sempre presente que tudo é relativo ao enquadramento de cada local. Numa viagem ao Corn Belt norte-americano, estra- nhei a cultura do milho em sequeiro. Afinal o país maior produtor do mundo, a “pátria” dos pivôs, tem 85% de área de milho sem irrigação. Esperava uma tecnologia sofisticada e encontrei chernozem com 5% de matéria orgânica e explorações de grande dimensão e regularidade. Marcou-me o facto de a relação custo/benefício estar presente em todas as decisões tomadas sobre a cultura. 2 2 A conceção dos gráficos termopluviométricos obedece a uma regra: a escala do eixo da Precipitação deve ser duas vezes a escala do eixo da Temperatura (P=2T) e é isso que vai definir a chamada estação seca: todos os meses em que as barras da precipitação estão abaixo da linha da temperatura (mês seco = P<2T). ( Nota da equipa editorial ). Entre outros marcos importantes na evolução dos nossos métodos de trabalho, inovámos ao controlar todos os nossos sistemas de rega em Portugal e fora do país, a partir do nosso escritório. Em 1999, tínha- mos já uma rede de tensiómetros que nos mantinha sempre informados, também a partir de Santarém, via rádio, sobre o estado de humidade do solo das parcelas, e tivemos a primeira ceifeira que fazia o mapeamento produtivo de cada campo. Procuramos manter sempre muito fria a análise das vantagens de cada alteração de processos. A mudança encerra riscos. Tivemos vários reveses, por vezes dispendiosos, e por isso tivemos também de dar passos atrás. Para nós, agricultura de precisão não é uma nova forma de fazer agricultura que, qual golpe de mágica, substitui todos os elementos necessários para o êxito, mas sim a atualização contínua dos meios de produção para errar menos e aproveitar os recursos de forma mais eficiente. Foi assim, com a soma de muitos detalhes, que os produtores de milho duplicaram a relação entre energia investida e produzida por hectare nos últi- mos 30 anos. Entretanto, acontece em Portugal a terceira “revo- lução” agrícola dos últimos 100 anos: o Alqueva. Figura 2 – Gráfico termopluviométrico 2 do Iowa, EUA (Des Moines) Fonte: GPP a partir de Climate-Data.org

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