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13 O investimento na agricultura BRUNO DIMAS E ANA RITA MOURA Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) 1. Introdução Em termos macroeconómicos, e de acordo com dois economistas de referência, o investimento “ consiste no que é acrescentado, durante um ano, ao capital social de um país em matéria de edifícios, equipamento, software e existências ” (Paul Anthony Samuelson, 1915-2009) ou, em alternativa, podemos defini-lo como despesas de investimento: “ despesas em capital físico produtivo, tais como maquinaria e construção de edifícios, e em variação de existências – como parte das despesas totais ” em bens e serviços por ano (Paul Krugman, 1953-) 1 . Ou seja, o investi- mento está tradicionalmente ligado à variação anual de bens de produção materiais. 1 Ver notas de apoio bibliográfico: Investimento (macroeconomia), Wikipédia (versão em inglês) 2 Ver notas de apoio bibliográfico: OCDE, Cadre d’action pour l’investissement , 2015 No entanto, não é necessário alterar a definição para incorporar outras noções de investimento e de capi- tal. Por exemplo, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) interpreta o investimento “ no seu sentidomais lato. O investimento pode assumir muitas formas, desde os ativos corpó- reos ao capital humano ou intelectual. Pode aumen- tar a capacidade dos ativos existentes ou simples- mente melhorar a sua eficiência, por exemplo, através de uma transferência de propriedade. Quando as con- dições são adequadas, permite aumentar a produção global ao contribuir para a acumulação de fatores de produção e ao introduzir novas técnicas e processos que estimulam a produtividade e, em última análise, melhoram o nível de vida do país .” 2 Em Contas Nacionais, o investimento corresponde à soma de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e de Variação de Existências (VE). Um bem de FBCF gera outros bens e permanece por um período longo no processo produtivo. Um bem de Consumo Intermédio (CI) distingue-se porque, apesar de também gerar outros bens, permanece por um período curto, sendo integrado na totalidade no bem final produzido. Um bem de Consumo Final não gera outros bens. Os CI que permanecem por mais de um ano no processo produtivo acabam por se refletir em Variação de Existências (VE). Na prática, a distinção, classificação e contabilização destas categorias nem sempre é evidente. Por exemplo, um carro adquirido por um trabalhador por conta de outrem não é FBCF por assim ter sido definido, mas para muitos trabalhadores desta categoria significa um investimento, do mesmo modo que o é para um empresário ou um profissional liberal.
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