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Editorial 9 Francesco Castellano et al . propõe uma panorâmica das mais recentes tendências do investimento em novas tecnologias agroalimentares, sublinhando que o capital que tem vindo a ser investido mais do que sextuplicou na última década. Começa por esclarecer o contexto global do setor agroalimentar em que este crescimento está a acontecer e os desa- fios a que tem de dar resposta, para depois facultar dados concretos sobre o investimento realizado por diversas startups do setor agroalimentar, mais e menos conhecidas, que operam em tecnologias de ponta e inovações com grande potencial de disrup- ção do mercado. No Observatório, Luís Barreiros, do GPP, aborda as necessidades e os desafios que se colocam ao setor agrícola e que conduziram ao atual processo de transformação digital. Em seguida, refere as diversas barreiras que existem a este processo, sobretudo para as pequenas e médias explorações, centran- do-se depois nas novas soluções preconizadas no atual PEPAC para os instrumentos de apoio ao inves- timento e que poderão ajudar a ultrapassar essas barreiras, em particular o sistema de vouchers , asso- ciado a uma metodologia de custos simplificados. Conclui que, apesar das dificuldades, as “ soluções assentes em serviços permitem baixar significativa- mente o custo de investimento, uma das principais barreiras à adoção [de novas tecnologias]. Estas soluções permitem, igualmente, a aquisição de capa- cidade à medida das necessidades, possibilitando que o agricultor disponha sempre das soluções mais atuais .” O artigo de Joaquim Pedro Torres parte de uma experiência particular para uma visão abrangente de algumas outras questões relacionadas com a gestão de uma empresa agrícola. Enumera os princípios subjacentes ao arranque do projeto: base teórica sólida, tecnologia inovadora, novo modelo de negó- cio, organização de meios e conhecimento. Explica, em seguida, como ultrapassar os desafios que vão surgindo, nomeadamente no que se refere a ques- tões centrais como a água, as alterações climáticas e a inovação. Sublinha que o processo passa sem- pre por análise, tentativa e erro, e superação, e cita Gaudí: “ O grande livro, sempre aberto e que convém ler, é o da natureza. Todos os outros surgiram deste, com os equívocos e as interpretações do homem .”. Os dois artigos seguintes são uma espécie de estu- dos de caso, o primeiro de João Crisóstomo e o segundo de Manuel Ladeira, e apresentam uma estrutura semelhante, contando a experiência par- ticular de uma exploração agrícola no seu percurso de investimento ao longo do tempo, numa perspe- tiva histórica da região, do país e do setor em causa. Cada narrativa inclui as condicionantes encontradas nesse percurso, em regiões diferentes e com produ- tos distintos, embora domesmo subsetor, sendo que os problemas que enfrentaram simultaneamente se cruzam e correm paralelos, convidando a reflexão futura. Ambas revelam a resiliência dos agricultores e a sua capacidade de ultrapassar dificuldades com maior agilidade do que a resposta pública o conse- gue fazer. A fechar o Observatório, Nuno Barata Veras, da AG PDR2020, faz uma síntese dos apoios ao investi- mento na exploração agrícola, no âmbito da Medida Fotografia de Ricardo Braga – Robô para estimativa de produtividade e monitorização vegetativa da vinha (projeto europeu VINBOT, coordenado em Portugal por Carlos Lopes, ISA/UL) Cooperativa Agrícola de Granja, Mourão, 2017
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