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A agricultura de conservação e os seus impactos 57 holística para apoiar o desenvolvimento de regula- mentação futura. É uma fonte de dados e números que podem ser utilizados como referência na formu- lação de políticas e legislação, tanto agrícolas como ambientais. A INSPIA procura promover e divulgar um conjunto de boas práticas de gestão agrícola (15 Best Management Practices – BMP). Algumas destas práticas estão relacionadas com a gestão do solo e das culturas; outras com a gestão dos fatores de pro- dução agrícolas e sua aplicação; e, por último, um grupo final de BMP destina-se à melhoria dos habi- tats e à proteção ambiental. LIFE+ CLIMAGRI (LIFE13 ENV/ES/000541): Boas práticas agrícolas face às alterações climáticas: in- tegração de estratégias de mitigação e adaptação (2014-2018) 2 O objetivo global do projeto era estabelecer estraté- gias de gestão agronómica para culturas extensivas que contribuíssempara amitigação das alterações cli- máticas e a adaptação das culturas às condições climáticas presentes e futuras, e que, simultaneamente, servissem para promover e desen- volver as políticas e a legislação ambientais da UE e dos seus Esta- dos-Membros, no que diz respeito às alterações climáticas. O projeto considerou um conjun- to de boas práticas agrícolas (10 BPA), que foram avaliadas através de indicadores, obtendo-se os se- guintes resultados principais: • Redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) do solo: as parcelas com um maior número de BPA aplicadas reduziram as emissões de CO 2 em 48% e 2 https://webgate.ec.europa.eu/life/publicWebsite/index.cfm?fuseaction=search.dspPage&n_proj_id=4902&docType=pdf as emissões de N 2 O em 2-10%, em comparação com as parcelas sem BPA. • Aumento do sequestro de carbono nas parcelas com maior aplicação de BPA: aumento de 8% em comparação com as parcelas geridas con- vencionalmente, o que representa um aumento médio anual de 1,16 t/ha de carbono. • Redução das emissões de CO 2 ligadas ao con- sumo de energia de até 35%, com uma redução média de 32% ao longo dos 4 anos do projeto, o que significa emitir menos 15,11 t CO 2 /ha do que com a gestão convencional. Um dos aspetos a considerar ao avaliar a adequação de uma BPA comomedida a aplicar na agricultura eu- ropeia é a relação custo-eficácia dessa aplicação. No caso em questão, uma abordagem que pode ter inte- resse para esta análise é o estudo, para cada BPA, da relação entre o custo associado à redução de uma to- nelada de CO 2 e a quantidade de emissões de CO 2 evi- tada. Um exemplo deste tipo de análise é a curva de custos de redução de CO 2 apresentada por Sánchez et al. (2016) para várias práticas agrícolas, incluindo algumas das propostas no LIFE+ Climagri (Figura 1). Figura 1 – Custos da redução de CO 2 para práticas de mitigação das alterações climáticas em Aragão Fonte: Sánchez et al. (2016)

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